Mesmo com os problemas climáticos ocorridos em janeiro no sul do Estado, a colheita gaúcha de grãos deverá chegar a quase 32 milhões de toneladas – a segunda maior de sua história. O resultado projetado nas lavouras representa impacto direto de R$ 31,29 bilhões na economia, sem contar reflexos indiretos no comércio, na indústria e nos serviços. Os números foram divulgados nesta terça-feira (12) pela Emater na Expodireto-Cotrijal, em Não- Me-Toque.
As projeções mostram que os prejuízos causados pelo excesso de chuva na Metade Sul deverão ser compensados pela alta produtividade no Norte, onde a chuva caiu na medida certa.
– De uma forma geral, o tempo foi excelente para as lavouras.
O aumento da profissionalização do produtor também ajudará a chegar nesse volume – avalia Iberê Orsi, presidente da Emater.
Um dos destaques da safra é a produção de milho, que aumentou 22% em relação a 2018. A colheita do cereal chegará a 5,5 milhões de toneladas.
– O uso de tecnologias é determinante na cultura do milho, que superou as expectativas com produtividade altíssima – destaca Alencar Rugeri, assistente técnico estadual da Emater.
Produtor em Cachoeira do Sul, na Região Central, Astor Luiz Wallauer cultiva milho, soja e arroz em cerca de 2 mil hectares. O milho ocupa aproximadamente 10% da lavoura, área que faz questão de manter, independentemente do preço da cultura.
– Principalmente pela questão agronômica e pelos ganhos da diversificação de culturas – relata o produtor, de 68 anos, que esteve na feira conferindo novidades em máquinas e biotecnologia.
Toda a área destinada ao cereal é irrigada, o que garante a produtividade. Às vésperas da colheita do milho, ele projeta média superior a 9 mil quilos por hectare.
– Tanto no milho quanto na soja terei uma safra superior ao ano passado. As plantas se desenvolveram muito bem – relata Wallauer.
Entre as culturas agrícolas mais importantes, o arroz será a única que terá redução na produção. A projeção 7,2% menor é atribuído ao excesso de chuva na Campanha e na Fronteira Oeste, em janeiro, e também à diminuição da área cultivada com o cereal.