O mesmo clima apontado agora como mocinho também fez as vezes de vilão da produção gaúcha na safra atual. O excesso de chuva no mês de janeiro deixou estragos reais na produção da Metade Sul, em especial nas culturas de arroz e de soja. Mas os resultados do Norte acabaram funcionando como antídoto, diluindo os efeitos negativos sobre o quadro geral do Rio Grande do Sul.
Emater e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimam que o Rio Grande do Sul colherá sua segunda maior safra de grãos de verão, com 31,95 milhões de toneladas. O resultado, apontam os técnicos, teve influência direta do tempo, que colaborou para que se alcançasse produção importante na soja e no milho, e do uso de tecnologia.
— Até acho que nossos números são bem conservadores — pontua Alencar Rugeri, assistente técnico estadual da Emater.
Os produtores de arroz, no entanto, terão 607 mil toneladas a menos, queda de 7,24% em relação ao ano passado, o que também reflete o recuo de área, de 4,15%. Para a Conab, o tombo foi maior: a colheita deve encolher 11,7% , com quase 1 milhão de toneladas a menos.
Na soja, no entanto, há aumento em área, produtividade e produção na comparação com o ciclo anterior. As 18,54 milhões de toneladas são a segunda maior colheita do grão, perdendo espaço apenas para o histórico resultado de 2017.
Os resultados, de modo geral, servirão de adubo para o planejamento da safra 2019/2020 na avaliação de Iberê de Mesquita Orsi, presidente da Emater:
— Como os números indicam que terá renda, o produtor começa a projetar de forma otimista o próximo ciclo.