O prejuízo causado pela chuva em excesso ocorrida em janeiro é muito maior do que se previa. Levantamento feito pela Federação da Agricultura do Estado (Farsul) revela que o impacto do mau tempo no PIB gaúcho deverá ser de R$ 6,68 bilhões. Apenas em faturamento, serão R$ 2,02 bilhões em perdas nas culturas de arroz, soja e milho.
Em cálculo divulgado pela Fipe, o PIB do Rio Grande do Sul somou R$ 375 bilhões em 2017. A perda estimada pela Farsul significa quase 2% do total do indicador.
Os dados foram apurados pela assessoria econômica da entidade, com base nas informações repassadas pelas regionais da entidade. Os danos à produção também encolherão em 1,76 milhão de toneladas a produção dos três principais grãos de verão do Rio Grande do Sul.
A cultura mais afetada é a da soja, que terá redução de 1,04 milhão de toneladas na colheita, com R$ 1,43 bilhão de perda no faturamento. Depois vem o arroz, com recuo de 683,75 mil toneladas e queda de R$ 571,6 milhões no valor bruto da produção. No milho, os efeitos negativos foram bem menores: 30,52 mil toneladas a menos e R$ 17,8 milhões.
— A situação mais assustadora está na lavoura de arroz, que vem de uma sequência de anos ruins. O que precisávamos era de um seguro agrícola efetivo. Não existe ainda algo que dê segurança ao produtor rural — afirma Gedeão Pereira, presidente da Farsul.
Apesar dos maiores prejuízos estarem concentrados nas regiões da Fronteira Oeste e da Campanha, onde as enchentes foram mais intensas, o impacto na produção agrícola foi sentido também em outras áreas.