Recentemente, Beatriz, do Big Brother Brasil 24, afirmou que não poderia entrar na piscina por estar menstruada. Ao ser questionada sobre o porquê não fazia uso de um absorvente interno, a sister respondeu que não poderia utilizá-los por ser virgem.
— Não dá, né. Sou virgem. Não dá para colocar nada aqui. Nunca foi colocado nada, como que eu vou colocar o negócio? — declarou Beatriz durante o reality show.
A afirmação da paulista gerou inúmeros comentários na web, e levantou uma dúvida que costuma surgir entre o público feminino: mulheres virgens podem utilizar absorventes internos?
Conforme a ginecologista Wilma Mendonça, mulheres que não deram início à vida sexual podem usufruir do produto de higiene íntima sem problemas. A dúvida muitas vezes ocorre pelo fato de o canal vaginal possuir uma membrana, a qual é chamada de hímen, responsável por proteger sua entrada, mas que pode variar de pessoa para pessoa. Utilizar um absorvente interno não consegue rompê-lo com tanta facilidade.
— Existem diversos tipos de hímen. Há aqueles mais fechados e mais endurecidos. Há outros mais elásticos, que chamamos de "complacentes", que mesmo que a membrana ainda esteja ali, é possível usar o absorvente interno ou o coletor menstrual. Mulheres que possuem um hímen mais elástico costumam se adaptar melhor ao absorvente interno, em comparação àquelas com o hímen mais fechado, mas não significa que ambas não possam utilizar o produto — explicou a especialista.
Muitas pessoas associam o rompimento do hímen com a "perda" da virgindade. Embora a ruptura da membrana, na maioria das vezes, aconteça durante a primeira relação sexual com penetração, em alguns casos, pode ocorrer em outros outros momentos, com o uso de vibradores, com os dedos, ou em atividades físicas intensas, por exemplo. Há mulheres, inclusive, que podem nascer sem a pele protetora.
— A virgindade não é composta pelo rompimento do hímen e sim pelo início da atividade sexual, independente se há sexo com penetração. É o envolvimento com o parceiro ou a parceira, a mudança de olhar sobre aquela pessoa, onde se passa a ter o desejo — afirmou Wilma.
E os coletores menstruais?
Também não há contraindicações. O que acontece é que o produto costuma ser um pouco mais largo em relação ao absorvente interno e precisa que o dedo seja introduzido no canal vaginal para ficar posicionado adequadamente. Para muitas, isso pode ser mais desconfortável. De acordo com Wilma, se a mulher se sente bem utilizando o produto e faz o uso correto, não há com o que se preocupar.
— O mais importante é ver o que é mais confortável para você. Tem meninas que preferem utilizar o absorvente convencional por não gostarem de se tocar, outras preferem o coletor menstrual por uma questão mais ecológica. Vai depender de caso a caso, também pela questão do fluxo ou pela atividade diária da pessoa — detalhou Wilma Mendonça.
É fundamental se certificar que os produtos para menstruação, independente do que for escolhido, estão sendo usados da maneira correta e com a higiene necessária. Em caso de dúvidas e inseguranças, a melhor opção é buscar a orientação de um ginecologista.