Das sessões de pilates, é comum o praticante herdar flexibilidade, equilíbrio, mais qualidade na respiração e uma musculatura fortalecida e definida. Mas a atividade também pode trazer uma série de benefícios na hora do sexo, especialmente para as mulheres.
De acordo com a fisioterapeuta pélvica e instrutora de pilates Priscila Peixoto, a prática incentiva o fortalecimento e a tomada de consciência de músculos relacionados ao prazer e ao desempenho sexual. Como, por exemplo, a musculatura abdominal, dos glúteos, da parte interna da coxa e do assoalho pélvico, o qual permanece em constante atividade durante o sexo.
— O pilates traz uma consciência para o corpo como um todo. Automaticamente, o indivíduo também traz essa consciência para os músculos do assoalho pélvico, que é uma região muito ligada ao prazer. Com uma consciência corporal melhor, há uma sensação de maior controle durante o sexo e maior capacidade de alcançar o orgasmo. Se as mulheres estão focadas ali, entendendo melhor o assoalho pélvico delas, conseguem controlar melhor suas contrações para atingir a satisfação desejada — afirma.
Os exercícios do pilates também fortalecem músculos posturais (que dão sustentação ao corpo), como os abdominais e da coluna, e os chamados músculos de explosão, presentes nos braços e pernas. Esse controle é importante na medida em que auxilia a pessoa a posicionar melhor o corpo.
— Ajuda na hora de encontrar posições boas para ela e entender o que está sentindo, se vale a pena mudar de posição ou não. Consegue se conectar melhor com o corpo dela. Claro que também é importante ter uma boa conexão com a parceria para conseguir comunicar e ajustar o que for necessário para buscar mais prazer e melhorar o desempenho de ambos — recomenda Priscila.
Combinar exercícios de contração e relaxamento do assoalho pélvico com o pilates também é uma estratégia que pode trazer benefícios na hora do sexo, mas a recomendação da fisioterapeuta é que isso seja feito somente com orientação profissional, pois uma musculatura trabalhada incorretamente pode trazer disfunções.
— É uma indicação boa para quem já fez uma avaliação com um profissional em fisioterapia pélvica e sabe como fazer a contração adequada do assoalho pélvico. Isso porque as mulheres que não conseguem fazer essa contração acabam utilizando outros músculos, glúteos, abdômen, parte interna da coxa ou ainda trancam a respiração achando que estão trabalhando o assoalho. Só que, na realidade, estão mascarando um "fortalecimento" que não existe, e assim, ficando cada vez mais fracas e arriscando ter disfunções sexuais.
O pilates também trabalha a mobilidade e a flexibilidade do quadril e da coluna, o que ajuda no desempenho e previne desconfortos, fisgadas e "repuxadas" no momento da intimidade. Isso faz com que a pessoa consiga aproveitar mais as posições e por mais tempo. A fisioterapeuta também explica que a atividade física melhora a irrigação sanguínea, o que aumenta a sensibilidade da região e, consequentemente, o prazer.
— Quando a pessoa tem uma musculatura que está bem alongada, que tem uma contração funcional e bonita, a irrigação sanguínea também será boa e, por consequência, a sensibilidade. Por outro lado, se a pessoa tem muita tensão muscular na região, esse músculo "embolado" pode prejudicar a irrigação sanguínea e, assim, prejudicar a sensibilidade — detalha.
Enquanto atividade física, o pilates também promove a liberação de hormônios que aliviam o estresse e promovem a sensação de prazer, como a endorfina. Dessa forma, explica Priscila, a pessoa fica menos tensa e mais propícia a se engajar na relação sexual.
— Além da sensação de prazer e relaxamento ao corpo, há também a questão da autoestima. Conforme ela vai percebendo que o corpo vai ficando mais definido, com uma postura melhor, ela vai se achando mais bonita, confiante e tem mais vontade de buscar prazer — acrescenta a profissional.