A menopausa é um marco na vida de todas. Entretanto, a chegada da maturidade, hoje, tem um peso bem diferente do que já carregou anos atrás. O avanço no olhar sobre o tema vem na carona de uma nova concepção sobre a velhice e, discutir suas consequências em diferentes âmbitos, é essencial para quebrar tabus e ajudar na construção de espaços mais acolhedores.
É nesse momento também que o estilo de vida conta mais, com alimentação adequada, controle de estresse e atividade física regular. Essas escolhas diárias ao longo dos anos são a única forma de prevenir e atenuar sintomas mais incômodos do climatério, que é o período de transição em que a mulher passa da fase reprodutiva à fase de pós-menopausa, quando a produção de hormônios diminui drasticamente e começam a aparecer sintomas como calorões, irritabilidade e falta de libido.
Para marcar o Dia Mundial da Menopausa, celebrado nesta terça-feira (18), reunimos abaixo informações importantes que podem ajudar as mulheres a compreenderem melhor as mudanças pelas quais seus corpos passam por conta da queda de produção hormonal.
Acúmulo de gordura abdominal
É fato: o corpo da mulher muda no climatério. A perda de massa muscular se acentua na medida em que o tempo avança. O metabolismo desacelera e, por isso, é preciso fazer ajustes na dieta. Com a queda nos níveis hormonais, ganhar peso fica mais fácil, principalmente na região do abdômen.
O exercício físico segue sendo uma forte indicação dos especialistas. Segundo explicou o educador físico Paulo Ayres, especializado em Ciência do Esporte, para Donna em março, o ideal é combinar exercícios aeróbicos àqueles voltados à manutenção da força muscular, mobilidade articular e flexibilidade. Mas ele afirma que a prescrição para uma mulher em torno dos 50 anos de idade requer uma análise prévia para entender seus índices hormonais.
Na mesma reportagem, Rose Petkowicz, médica do esporte, avaliou que as mulheres na faixa etária dos 50 necessitam de diferentes estímulos físicos, como em qualquer idade. Mas se ela está sedentária, é imperioso que comece ou retome.
— Quanto mais cedo começar, mais cedo se colhem os frutos positivos — avisou.
Atenção aos ossos
Também em decorrência da perda de massa muscular e da queda nos níveis hormonais, a fixação do cálcio nos ossos fica comprometida, aumentando o risco de fraturas.
— A tração do músculo no osso, provocada pelo exercício físico, obriga o osso a se reforçar — disse Rose Petkowicz, médica do esporte, para exemplificar por que começar ou retomar atividades é tão importante.
Com a baixa nos níveis de estrogênio e a tendência a perder cálcio, o risco de osteoporose também aumenta. A intensidade disso dependerá do histórico de estilo de vida e se a mulher faz reposição ou não, reforçaram as ginecologistas Carolina Melendez e Joele Leripio em reportagem especial sobre menopausa em abril.
Secura vaginal
A menopausa cessa a capacidade reprodutiva do corpo da mulher, mas não termina com a capacidade de ter orgasmo e prazer sexual, já garantiu de cara a sexóloga Izabel Eilert em reportagem de Donna em 2019. Ela ainda complementou: "Saber manter e cuidar de sua vida sexual é um direito da mulher por toda a vida".
Dito isso, é importante entender que o período também traz mudanças físicas que podem comprometer o prazer, se não forem tratadas de forma adequada. Resultado da falta de produção de estrogênio, a vaginite atrófica causa secagem e inflamação das paredes vaginais. As consequências vão desde a falta de lubrificação e dores na penetração até coceira, ardência e incontinência urinária.
— Em todos os casos, a primeira orientação é o uso diário de hidratantes vaginais à base de substâncias emolientes não hormonais, além do lubrificante, usado nas relações sexuais. Quando isso não funciona, partimos para compostos hormonais com estrogênio e de uso tópico. Algumas mulheres na menopausa, por exemplo, que não reagem aos cremes hidratantes e lubrificantes, podem receber indicação do uso tópico de hormônio durante toda a vida — recomendou a ginecologista Ana Selma Picoloto em outra reportagem sobre o tema em 2019.
Afinamento do cabelo
Um tipo de queda de cabelo, conhecida por alopecia senil, ocorre principalmente após a menopausa por conta da diminuição de enzimas. Neste período, em que é perceptível o afinamento progressivo dos fios, a pele fica mais ressecada, inclusive a do couro cabeludo. Também há a diminuição do comprimento dos cabelos.
— Com o envelhecimento do couro cabeludo, diminui a nutrição e a vascularização dos fios, que ficam mais finos e frágeis. Os tratamentos visam um rejuvenescimento da pele, recuperando a qualidade dos fios — explicou a dermatologista Márcia Donadussi para a reportagem de Donna no ano passado.