Que a internet chegou para facilitar a vida de todo mundo, não dá pra negar. Para as mães, então, mudou a forma de tirar dúvidas e encontrar grupos e canais para dividirem seus anseios quanto à chegada do novo membro da família.
Mas Instagram, Facebook e Twitter também nos fizeram sentir cada vez mais inseguras. É o que apontou um estudo recente realizado pela Refinery 29 com mais de 500 mulheres canadenses.
Segundo o levantamento, 82% das entrevistadas admitiram se comparar a outras mães pelas redes sociais e 69% disseram ter inseguranças sobre como encaram a maternidade.
Além disso, 39% das mães pesquisadas não estão satisfeitas com seu corpo pós-parto; 38% acreditam que outras famílias se divertem mais do que as suas e 30% acham que outras mães têm mais tempo para si mesmas do que elas.
Para a psicóloga Andrea Russowiski, a maternidade está passando por novos desafios com a tecnologia. O principal deles, segundo ela, é resgatar a afetividade perdida pelo mundo virtual:
- É preciso aprender a lidar com essa realidade nova, aceitá-la na rotina da família e estabelecer limites saudáveis para o uso. Os pais estão perdendo qualidade de tempo passado com os filhos e isso é uma realidade cada vez mais percebida e efetivamente trazida pelos próprios filhos no consultório – ressalta Andrea.
Além disso, segundo ela, não se pode culpar só a tecnologia por esse sentimento de insegurança. As mulheres ainda são culturalmente "cobradas" a serem ótimas profissionais, mães, esposas, donas de casa e a onda digital reforça isso de alguma forma.
O que precisamos entender é que a maternidade é um processo intuitivo e individual, mas que esses grupos na internet podem servir de apoio – quando usados de maneira correta. Trocar informações pode ajudar a mostrar que as mães não estão sozinhas em suas dúvidas e experiências.
Vanessa Martini é mãe do Theo e jornalista. Tem um blog, o Mãezinha Vai Com As Outras, onde divida a rotina e os aprendizados da maternidade. Escreve semanalmente sobre o assunto em revistadonna.com.