Meghan Markle explicou o porquê de ter falado abertamente sobre ter sofrido com pensamentos suicidas. Segundo a duquesa de Sussex contou ao programa CBS Sunday Morning, que foi ao ar no domingo (4), a decisão partiu da vontade de fazer com que pessoas na mesma situação se sentissem menos sozinhas.
— Quando você passa por qualquer nível de dor ou trauma, acredito que parte da nossa jornada de cura, certamente parte da minha cura, é ser capaz de ser realista e honesta sobre isso — declarou.
Meghan afirmou que mesmo tendo falado sobre o assunto durante conversa com Oprah Winfrey, em 2021, ainda guardou muitos detalhes do período para si. Em seguida, ela defendeu que nunca gostaria de ver alguém com sentimentos parecidos com os quais tivera, assim como não gostaria de fazer com que essas pessoas se sentissem desacreditadas.
— Se o fato de eu expressar o que superei for salvar alguém ou encorajar alguém próximo a verificar genuinamente como (essas pessoas) estão e não presumir que se a aparência está boa, então está tudo bem, então vale a pena — admitiu. — Eu enfrento isso.
Na entrevista, Meghan estava acompanhada do marido, o príncipe Harry.
The Archewell Foundation
Durante o programa, Harry e Meghan anunciaram uma nova iniciativa da The Archewell Foundation, chamda The Parents Network (a rede dos pais, em tradução livre).
O programa se propõe a apoiar pais cujos filhos foram vítimas de bullying online. Durante a conversa, o casal apontou os perigos das mídias sociais e da ideação suicida, especialmente nas vidas de crianças e adolescentes.
Meghan ressaltou que, ao lado do marido, tenta proteger os filhos dos perigos online. O duque e a duquesa de Sussex são pais de Archie, cinco anos, e Lilibet, três.
— Nossos filhos são jovens. Eles são incríveis. Mas tudo o que queremos fazer como pais é protegê-los — disse. — Então, como podemos ver o que está acontecendo online, sabemos que há muito trabalho a ser feito lá e estamos felizes em poder fazer parte dessa mudança para sempre.
Harry, por sua vez, aproveitou para destacar a necessidade dos pais de permanecerem atentos ao que seus filhos consumem na internet.
— Nós sempre comentamos sobre como antigamente seus filhos estariam sob o seu teto e você saberia o que estavam fazendo — começou. — Agora, eles podem estar no quarto ao lado, com um telefone ou tablet em mãos, descendo por essas "tocas de coelho" e, antes que você saiba, podem estar tirando a própria vida.
— E se fosse minha filha? E se fosse meu filho? — questionou Meghan. — Se você olhar pela ótica de um pai, não há outra maneira de ver isso a não ser tentando encontrar uma solução.
Procure ajuda
Caso você esteja enfrentando alguma situação de sofrimento intenso ou pensando em cometer suicídio, pode buscar ajuda para superar este momento de dor. Lembre-se de que o desamparo e a desesperança são condições que podem ser modificadas e que outras pessoas já enfrentaram circunstâncias semelhantes.
Se não estiver confortável em falar sobre o que sente com alguém de seu círculo próximo, o Centro de Valorização da Vida (CVV) presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato. O CVV (cvv.org.br) conta com mais de 4 mil voluntários e atende mais de 3 milhões de pessoas anualmente. O serviço funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados), pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil (confira os endereços neste link).
Você também pode buscar atendimento na Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua casa, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), no telefone 192, ou em um dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do Estado. A lista com os endereços dos CAPS do Rio Grande do Sul está neste link.