Caminhar funciona, muitas vezes, como porta de entrada para o exercício físico, uma prática simples e acessível que ajuda no combate ao sedentarismo. Enquanto a caminhada já traz benefícios para o corpo e para a mente, desde auxiliar na perda de peso até contribuir para a saúde cardiovascular, a corrida vem para potencializar os ganhos.
E não é preciso muito para começar a perceber os resultados: especialistas consultados por Zero Hora garantem que uma caminhada diária leve já colabora para o bem-estar. O importante é estar em movimento constante, com o objetivo de incorporar a atividade física na rotina.
— Assim como a corrida, a caminhada melhora a saúde do coração e a circulação sanguínea, auxilia no fortalecimento dos músculos e na melhoria de postura e flexibilidade — explica Luciana Dornelles, educadora física e doutora em Educação — Ambos os exercícios podem promover uma melhor qualidade do sono, diminuição do estresse e melhora no humor, entre outros tantos benefícios.
Entre riscos e vantagens, qual é o melhor?
Luciana descreve a caminhada como uma atividade leve e segura, possível de ser indicada para pessoas de todas as idades e com diferentes condicionamentos físicos. Na corrida, o ritmo do exercício se intensifica e fortalece os músculos, acelera o metabolismo e, consequentemente, gera maior gasto calórico.
— A corrida é um exercício completo que, através de seus movimentos de execução, pode ativar todas as musculaturas do corpo, favorecendo o fortalecimento muscular e acelerando o metabolismo, o que facilita a perda de calorias, o aumento da resistência e o controle do peso corporal — desenvolve a especialista.
Corrida ou caminhada: qual escolher?
A escolha entre as modalidades vai depender dos objetivos de cada um. Se a ideia é emagrecer, o recomendado é realizar o que for mais intenso, o que pode ser uma caminhada mais rápida ou a própria corrida.
— Quanto maior a intensidade do exercício, maior é a exigência do condicionamento físico e o gasto calórico — completa.
No entanto, é importante ficar atento aos impactos dos exercícios no corpo. O professor de educação física e assessor de corrida Bruno Victor de Souza chama a atenção para os pontos que merecem cuidados na hora de correr ou caminhar.
— As duas práticas causam impactos no sistema ósseo do nosso corpo, principalmente a corrida.
Por esse motivo, educadores físicos recomendam que se mantenha o acompanhamento médico em dia, para saber qual plano de exercícios é o ideal para cada pessoa. Para os sedentários, com sobrepeso ou que estejam se recuperando de lesões, o risco é ainda maior.
— A corrida, apesar de ter um maior gasto calórico e maiores benefícios, se mal executada, pode causar lesões, o que não é o objetivo — pontua Luciana.
Como evoluir até a corrida
Bruno, que é especialista em treinar corredores, também compartilha dicas para ganhar resistência e velocidade. Ele indica alternar entre a caminhada e a corrida no mesmo treino, até que a transição entre as duas se torne mais fácil e natural. É preciso escutar o corpo e respeitar o próprio ritmo:
— Para fazer a transição da caminhada para a corrida é necessário que a pessoa comece intercalando períodos curtos de corrida com a caminhada. Um exemplo que eu posso dar é caminhar três minutos e correr por um minuto em ritmo leve, por 20 minutos.
Segundo o educador, não existe segredo: a chave está na constância.
— A evolução na corrida ocorre conforme a aderência ao esporte, horas de prática e experiência. A intensidade deve variar a cada sessão de treino, mas isso é uma particularidade de cada planejamento — complementa Bruno.
*Produção: Caroline Guarnieri