Tendência do momento, o ácido hialurônico tem sido um grande aliado quando se fala em cuidados com a pele. Estrela da harmonização facial, o ingrediente pode ser encontrado na forma de gel, creme, cápsulas, solução oral, e deve ser usado com indicação de um especialista.
A procura tem aumentado nos últimos tempos e está relacionada ao intuito de trazer sustentação, preenchimento e hidratação da pele, entre outras funções. Conforme a dermatologista Juliana Boza, o ativo é muito utilizado na formulação de diferentes produtos, devido ao seu potencial de melhora do aspecto e da textura da pele.
Ela explica que a substância é higroscópica, ou seja, contribui para a manutenção hídrica da área tratada.
— Os séruns, muitas vezes, contêm moléculas de ácido com diferentes pesos: as pequenas penetram realizando uma hidratação mais profunda e as maiores ficam na superfície, melhorando rugas finas — comenta.
Ela esclarece que, embora o organismo produza a substância, com o tempo, os níveis diminuem e ela deve ser reposta.
Juliana pontua que os produtos contendo ácido hialurônico podem ser combinados a outros com diferentes ativos como pantenol, retinol e vitamina C, por exemplo. Ela explica que a associação potencializa os resultados na maioria das vezes.
Para inserir na rotina de skincare, a indicação é aplicar no rosto todos os dias, logo após lavar o rosto e antes do protetor solar.
— O momento mais recomendado é de manhã, pois assim a sua pele já fica protegida da perda de hidratação que costuma ocorrer ao longo do dia — declara.
Preenchedores
O ácido hialurônico também é muito popular no uso em preenchedores. Porém, a dermatologista reforça que o uso injetável e o tópico têm funções diferentes:
— O tópico tem a função de hidratar, atenuar rugas finas. Já o injetável, também pode ter esse papel, mas, além disso, tem potencial maior, que é de corrigir sulcos, olheiras, deixar o lábio mais bonito quando preenchido. Então, tem uma ação mais profunda.
Segundo Juliana Boza, o componente é encontrado em variadas apresentações, variando de acordo com a área tratada e com o objetivo da aplicação.
— O que a gente usa no lábio pode ser diferente do utilizado na olheira. Assim como aquele que é usado no preenchimento na mandíbula — sublinha.
Outra informação ressaltada pela dermatologista é sobre a enzima hialuronidase, que é produzida pelo organismo e tem a capacidade de degradar, aos poucos, o ácido hialurônico injetado. Isso impede que o efeito seja permanente, limitando-o a um período entre um e dois anos de duração.
Esta é a mesma solução utilizada para reverter o procedimento estético. Segundo a especialista, nestes casos, a enzima é aplicada para dissolver o produto e acelerar o processo de absorção na pele.
— Por isso também que o preenchimento com ácido hialurônico é o mais seguro que existe. Porque ele pode ser degradado — esclarece.
Ação do tempo
Com o passar dos anos, a produção natural de ácido hialurônico pelo corpo começa a reduzir, provocando a perda dos contornos e reduzindo a hidratação da pele. Conforme a ortodontista e ortopedista funcional dos maxilares e harmonização orofacial Shaieli Roedel, estas mudanças iniciam, em geral, após os 25 anos.
— A partir desta idade, o corpo começa a ter dificuldade para repor o material extracelular desgastado. Consequentemente, há aumento da flacidez, pela perda de hidratação, sustentação, brilho, maciez e textura da pele — explica.
Desta forma, segundo Shaieli, o ativo pode ser um aliado para gerenciar o envelhecimento, junto a bioestimuladores de colágeno. E acrescenta, contudo, que não há regra ou padrão relacionado ao período ideal para começar a usar a substância. Ela recomenda que, em todos os casos, seja realizada avaliação médica antes de partir para o tratamento.
— Não há uma recomendação que sirva da mesma forma para todas as pessoas (...) O procedimento deve ser realizado de maneira segura, respeitando quantidade de produto, local, anatomia e aplicação correta — destaca.
A profissional diz ainda que o procedimento deve ser evitado por pessoas com hipersensibilidade ou alergias aos componentes da formulação. Além disso, não é indicado para gestantes, pessoas com doenças autoimunes (não controladas) e com histórico de reações alérgicas.