O termo dermocosmético entrou em evidência na internet, nos últimos dias, por conta de uma polêmica envolvendo a influenciadora digital Virginia Fonseca. No início de março, ela lançou uma base para o rosto a R$ 199,90, justificando se tratar de um produto multifuncional. Sua descrição a define como "dermomake", prometendo benefícios, como prevenção do envelhecimento precoce e redução da oleosidade.
Nas redes sociais, usuários se manifestaram afirmando que o preço do produto estaria muito acima da média e, no ápice da crise, influenciadoras do segmento da beleza relataram problemas em relação aos efeitos e à fórmula da base. Segundo os comentários, a realidade seria bem diferente da expectativa.
A discussão levantou muitas dúvidas sobre o que diferencia um dermcosmético de um tradicional. Conforme a dermatologista Francine Seibt, o termo caracteriza um produto com princípio ativo de tratamento da pele.
— Vai ter alguma ação, por exemplo, de rejuvenescimento, proteção solar ou alguma substância que traga benefício extra, além do que seria o normal. Ele não é só um cosmético. Tem um plus. E a dermomake seria mais ou menos nesse mesmo sentido — explica.
A médica explica que há uma regulamentação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que classifica os produtos desta categoria. São registrados como grau um os itens que não precisam de comprovação científica de eficácia nem instruções especiais, uma vez que não causam danos à pele.
Já os dermocosméticos, que prometem efeitos específicos, se encaixam como grau dois. Essa informação deve constar, obrigatoriamente, no rótulo.
— De forma geral, se for um dermocosmético, vai ser grau dois, porque tem alguma substância ativa com comprovação científica de que funciona — esclarece.
Mesmo que traga benefícios extras, nem todas as opções são indicadas para todos os tipos de pele. Francine pontua que, dependendo do caso, é melhor que a pessoa use um cosmético normal aliado a um tratamento.
— Varia muito. Por exemplo, em uma pele com rosácea, sensível, talvez algum princípio ativo que melhoraria a pele da maioria das pessoas a faça ficar pior. Então, depende do tipo de pele e do prinicipio ativo do dermocosmético — explica.
Dicas da especialista
Para quem fica na dúvida sobre como identificar um dermocosmético, Francine Seibt dá algumas dicas:
- Formulação: atenção aos componentes descritos no rótulo. Vale lembrar que aparece no início o que tiver a maior concentração, e, por último, o que tiver a menor. Sendo assim, se o ingrediente que a marca vende como o principal daquela fórmula estiver mais para o final da lista, é provável que o cosmético não entregue o que promete.
- Parabenos: a dermatologista explica que já há um consenso de que parabenos não fazem bem para a pele de forma geral, podendo causar irritação. Porém, essa substância é usada como conservante por algumas marcas. Então, melhor observar os rótulos evitar fórmulas que o contenham.
- Avaliação é importante: nem sempre o que faz bem para a pele de uma pessoa funciona para outra. A orientação médica é a mais adequada e a única que pode, realmente, garantir as melhores escolhas.
Em relação a dicas de influenciadoras, a dermatologista recomenda:
— Não é uma coisa que pode ser mostrada como regra, que dá sempre para seguir as orientações. Tem que ter muito cuidado. Às vezes, é bom ter uma avaliação, para saber o que é ideal para aquela pele.