Uma boa pedida para quem gosta de manter as unhas coloridas e compridas sem precisar da manutenção semanal é apostar nas técnicas de esmaltação e alongamento em gel, que têm ganhado cada vez mais adeptas nos salões de beleza e prometem maior durabilidade do resultado.
Ainda que não seja uma novidade, o procedimento vem sendo aprimorado pelas profissionais. Agora, as opções contam com alternativas maiores, mais curtas, clarinhas e até brilhantes. Quem busca fazê-las costuma ter uma série de dúvidas. Faz mal? Estraga a unha verdadeira? É higiênico? Entenda:
As técnicas
A nail designer Samara Martinelli começou a trabalhar com unhas de gel há três anos, embora já atue como manicure há 10. Ela explica que aprendeu a técnica em razão do aumento da procura e destaca a praticidade como principal ponto positivo dos procedimentos em questão.
— Antes, você teria que ir ao salão toda semana fazer a unha para manter bonita. Hoje em dia, você faz e mantém por 20 dias. Fica bonita, não perde o brilho, não lasca — afirma.
Há dois tipos de técnicas que envolvem gel: o alongamento e a esmaltação. A principal diferença é que, no alongamento, é construída uma nova unha em cima da original, que pode aumentar de tamanho e ter outro formato.
Já na esmaltação em gel é feita uma blindagem da unha natural, acompanhando seu tamanho e formato, mas mantendo a cor por mais tempo do que com um esmalte normal.
Se, há alguns anos, as prioridades das escolhas eram as cores néon e com pedrarias, além do comprimento mais longo, hoje elas têm preferido as opções mais básicas e naturais. Em relação aos formatos, a queridinha da vez é a unha almond, que lembra a silhueta de uma amêndoa – um meio termo entre a stiletto, aquela mais pontuda, e a redonda.
— As minhas clientes estão gostando da unha de tamanho médio. As decorações estão sendo mais básicas, sem pedras. O uso do pó cromado também está em alta — aponta.
Não é tratamento
A nail designer faz questão de frisar que nenhuma das técnicas significa fazer um tratamento nas unhas.
— Quando você fizer, sua unha estará de um jeito. No momento em que tirar, estará do mesmo jeito. O gel não vai fortalecer. Ele vai ficar ali, lindo e maravilhoso, mas, no momento em que você tirar, sua unha vai continuar como antes. Se era quebradiça, se escamava, vai continuar acontecendo — considera.
O aumento do número de pessoas usando os moldes artificiais tem sido notado também pela dermatologista Taiane Sawada, teleconsultora do TelessaúdeRS-UFRGS, que tem recebido queixas sobre o assunto no consultório. Ela explica que os impactos da técnica variam de pessoa para pessoa, mas acredita que, hoje em dia, as profissionais estão aprimorando as técnicas utilizadas.
— As profissionais estão tendo um cuidado maior em relação à unha original. Tanto na hora da colocação, do gel, do preparo, quanto na retirada — comenta.
Riscos do uso
O uso do alongamento, principalmente, pode deixar traumas nas unhas naturais em razão do comprimento, afirma a dermatologista Taiane Sawada.
— Muitas vezes, quando a pessoa machuca muito a ponta, pode ocasionar um trauma na própria matriz ungueal (base da unha). Pode ir lesando e, posteriormente, causar uma deformidade, uma alteração maior. Mas são coisas que atualmente vemos que estão sendo minimizadas, muito pela técnica utilizada — pondera.
A médica esclarece que os moldes artificiais também podem ocasionar traumas na retirada, seja pelos tipos de removedores ou pelo uso de lixas de forma inadequada. Ainda que tenha menor impacto, a esmaltação também tem seus riscos.
— É uma oclusão, está tapando e impedindo a troca de umidade com o meio externo, que é natural. Isso acontece até com o esmalte normal, mas (na esmaltação) é pior pelo fato de estar fazendo a cobertura com o gel — explica.
Normalmente, são indicados 20 dias para que a cliente faça a manutenção do procedimento. A médica indica que, nesse momento, se opte por ficar um tempo sem a técnica nas unhas.
— (O ideal) é que a pessoa faça quando tiver uma viagem ou alguma ocasião em que ela não vai poder ficar cuidando da unha. Pode fazer o uso por duas, três semanas. A indicação é que, depois, fique um longo período sem fazer para que a unha se recupere. Para conseguir hidratar a unha e, posteriormente, fazer de novo — diz.
A médica também aconselha que quem deseja fazer o procedimento nas mãos consulte um dermatologista antes para avaliar os riscos envolvidos na aplicação, principalmente se apresentar unhas fracas ou alguma outra alteração na região.
Quem não pode fazer
Há alguns casos em que a técnica não é recomendada. Em especial, pessoas com infecções fúngicas ou bacterianas, que têm doenças ungueais (como psoríase nas unhas), doenças inflamatórias ungueais ou que tenham a unha muito frágil, lista a médica.
— Se tem alguma alteração que não sabe o que é, não deve fazer — pontua Taiane Sawada.
Por outro lado, ela esclarece que há casos em que a unha de gel pode ser indicada por dermatologistas.
— (No caso de) deformidades de trauma, no qual a unha nunca mais volta ao normal. Talvez a pessoa possa fazer o uso do gel para uma correção estética, e aí talvez tenha vantagem no método — pondera.
*Produção: Jovana Dullius