Entramos oficialmente no inverno e as temperaturas baixas já deram as caras. E, é claro, o corpo percebe a chegada do frio. Um dos sinais de que a estação gelada se aproxima é sentir o rosto avermelhado e ardente, o que é perfeitamente normal nesta época do ano, explicam os dermatologistas Rafael Soares e Márcia Donadussi.
Isso acontece porque a pele costuma ficar mais seca e sensível quando o clima, além de gelado, também está mais seco, diz o médico. Em algumas situações, também é comum a pessoa sentir uma sensação de ardência no rosto.
— O clima frio diminui o metabolismo do corpo, e isso deixa a pele mais seca. Soma-se a isso os banhos quentes e uso inadequado de sabonetes, que reduzem a camada de gordura protetora da pele — resume Soares.
Márcia lembra que, além do rosto, também é comum a pele das mãos ficar mais sensibilizada - até mesmo quem tem a pele normal pode sentir um maior ressecamento nestas regiões, o que gera as alterações já mencionadas.
A alimentação também pode potencializar a situação: ingestão de bebidas alcoólicas, caldos e sopas tende a deixar a pele mais sensível, provocando irritação, diz Rafael.
O médico alerta ainda que é preciso ficar atenta para que o ressecamento da pele não intensifique algumas condições pré-existentes, como dermatite atópica, dermatite seborreica, psoríase e rosácea.
Como evitar?
Intensifique a hidratação, indicam os médicos, principalmente se sua pele já for naturalmente mais seca. Importante ressaltar que ficar atenta ao seu tipo de pele é fundamental para não fazer uso de produtos incorretos, que podem piorar o problema. Sabonetes hidratantes para o rosto são boas pedidas.
Use os produtos com ativos probióticos, pois eles irão manter a barreira de proteção da pele em equilíbrio
RAFAEL SOARES
Dermatologista
— Ao usar um sabonete para pele mista ou oleosa, ela tende a ressecar ainda mais, afinal, muitos produtos têm componentes como, por exemplo, ácido salicílico, que controla determinadas patologias, mas pode agravar o ressecamento da pele. Use os produtos com ativos probióticos, pois irão manter a barreira de proteção da pele em equilíbrio — ressalta o médico.
Além disso, se possível, evite ficar exposta ao vento frio. Se for inevitável, capriche ainda mais na hidratação da pele, de preferência com cremes umectantes, recomenda Márcia, pois irão formar uma camada de proteção no rosto, principalmente nos lábios, ao redor da boca e no cantinho do nariz, que são as regiões mais afetadas. Uma dica é procurar por filtros solares que também tenham função hidratante - e então o produto resolve dois problemas de uma vez.
A dermatologista indica evitar o contato da pele com água muito quente ou muito fria - opte pela temperatura morna. Também é importante lavar corretamente o rosto todas as noites, removendo bem o excesso de oleosidade da pele, lembra a médica.
Por fim, não esqueça de beber bastante água e manter uma dieta equilibrada, o que também ajuda a evitar o ressecamento e a vermelhidão da pele.
Atenção para a rosácea
A dermatologista chama a atenção para uma condição chamada rosácea, mais comum em mulheres de pele clara com mais de 40 anos. O distúrbio é vasomotor - ou seja, faz com que os vasos sanguíneos se dilatem com maior facilidade, fazendo com que a pele fique com avermelhada frequentemente, principalmente na região das bochechas.
Alguns estímulos fazem essa dilatação muscular normalmente, isso porque ela é importante para a manutenção da temperatura do corpo. O que acontece no caso da rosácea é uma desregulação na causa e na consequência dessa vasodilatação. Os principais fatores que levam a esta condição são o consumo de álcool e de alguns alimentos como café e pimenta, além de exposição a mudanças de temperatura. Pessoas que, quando saem do banho, por exemplo, ficam com a pele bem rosada ou, ao chegarem perto de uma lareira, ficam com a bochecha avermelhada, provavelmente têm tendência a rosácea. A condição pode ter diferentes graus, desde uma vermelhidão passageira até o surgimento de pequenas bolinhas, que lembram espinhas, no rosto.
A pele de pessoas com rosácea é mais sensível e pode precisar de medicamento, tópico ou oral. Por isso, se perceber que a sensibilidade da pele está mais forte do que uma simples ardência no frio, o alerta de Márcia é para buscar ajuda médica o quanto antes, já que o quadro pode se agravar sem o tratamento adequado.