Tenho um fascínio por bolinho de bacalhau. Certamente não sou o único, sei que muitos de vocês acompanham o relator, porque não tem como ser diferente.
Primeiro, por tudo que essa iguaria representa. Bolinho de bacalhau significa confraternização ao redor da mesa de alguns dos nossos botecos preferidos.
É uma noite contando histórias que contribuíram para a nossa jornada de vida. Fazendo novos melhores amigos. Pagando cerveja para desconhecido.
Bolinho de bacalhau tem sabor de saideira, de cerveja em copo baixo - estratégia para não esquentar e dar a sensação de que rende mais.
Não existe combinação mais perfeita no mundo. Chega aquela travessa de alumínio com bolinhos de bacalhau, bota um fio de azeite por cima, eventualmente uma pimentinha também.
Essa sequência da primeira mordida, acompanhada por um galão bem gelado, uma respirada e uma nova história, tem me feito muita falta.
Mas daí lembro dos meus bolinhos preferidos aqui na Capital e explico exatamente o motivo pelo qual eles têm meu coração.
Aprendi com um grande amigo botequeiro, o Guilherme Studart, autor de livros dedicados ao tema inclusive, que o bolinho de bacalhau perfeito precisa respeitar a proporção ideal do peixe e da batata.
Quando querem poupar no peixe e nos engrupir, ele fica úmido demais e molenga. E quando querem ostentar na quantidade de bacalhau, fica seco e desidratado.
Incluo um outro ponto nesse gabarito do bolinho perfeito: o formato. O bolinho redondo ou ovalado tem um pouco mais de dificuldades de atingir nota máxima no Instituto Data Diogo, por ser mais complexo de atingir a crocância perfeita na parte de fora, e o cozimento ideal na parte interna.
Por isso que o formato "charutinho" é o mais recomendado, já que ele frita de maneira uniforme. Por isso que meus top 3 são: Tuim, Tartare e Gambrinus. Façam o teste e entendam o que estou querendo dizer.
Cara, que saudades disso e de tudo que o bolinho de bacalhau representa!