Me reúno mensalmente com um grupo de grandes amigos para fazer churrasco, beber e botar a conversa em dia. É sempre um revezamento na casa de um integrante diferente. Exige-se apenas ter churrasqueira e ser um bom anfitrião.
Para que o churras aconteça, o cidadão tem que se esforçar pelo menos na sua vez de receber. Desde a escolha da carne até a compra dos itens básicos, como carvão e água, além de ficar à vontade para montar uma salada de maionese. Não é obrigatório, mas ganha pontos quando o prato aparece. Vinho cada um leva o seu. E esse é um ponto de atenção, porque as coisas precisam estar equilibradas, não dá para levar sobra de estoque e se beneficiar do “vinhaço” alheio.
Esse ritual já tem mais de seis anos. Decidimos criar essa agenda porque seria a única forma de manter uma regularidade de encontros reais e não por WhatsApp. A vida é dinâmica e cheia de responsabilidades. Com o passar do tempo, fica cada vez mais atribulada. Trabalho aumenta, viagens, família e filhos. Isso impacta diretamente na decisão do dia da semana em que os encontros precisam ocorrer. Precisa ser às segundas ou terças. Essa disputa é uma briga eterna. Tradicionalmente, quarta é dia de jogo, então, não é possível porque teria baixo quórum. Às quintas complica porque aumenta a probabilidade de existir conflito com outros compromissos. Final de semana é exclusividade da família, nem se discute. O mais interessante é que esses encontros moldam nossa personalidade e tem um impacto direto na vida de cada um. Sempre saímos de lá melhores do que entramos. Na verdade, não importa tanto assim a carne, quem assa, o vinho ou o lugar.
O fundamental é que o evento ocorra. Churrasco é apenas o pretexto para a reunião da galera e para jamais esquecermos quem somos e para onde iremos.
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Se você gosta de comer e beber bem, e de falar sobre isso, vai gostar também do nosso podcast. O Foodcast é um papo descontraído da equipe de Destemperados sobre gastronomia, dá o play aí!
