Não sou devoto de Nossa Senhora da Sapucaí, acho que nunca vivi o Carnaval corretamente. Lembro de três temporadas que me marcaram um pouco mais, e que talvez se aproximem do que as pessoas entendam por “pular Carnaval”.
A primeira foi o meu primeiro ano no Carnaval de adulto, na Sapt em Torres. Todos os meus amigos também estavam estreando nessa modalidade, e foi uma das coisas mais frustrantes para mim, tanto que voltei pra casa mais cedo. Sabe quando o jogador entra em campo meio aéreo? Então, foi assim, não me encontrei muito.
O segundo que me marcou foi o meu primeiro ano em Atlântida. Até que me diverti um pouco mais, já estava em uma outra fase, me sentia mais próximo da vida adulta do que da adolescência. Ainda assim, não foi o Carnaval que imaginava, por ter ficado bem distante da realidade que havia criado.
O terceiro foi no Rio, há alguns poucos anos. Aquela coisa de bloquinho às nove da manhã, com 40 graus e cerveja morna na Gávea. Depois, o corre pro Centro onde tinha outro já com o sol do meio-dia. Antes mesmo de terminar, tinha que sair antes das pessoas e voar para Santa Teresa, porque lá havia mais um imperdível etc e tal.
Neste mesmo ano ainda conciliamos durante a noite o negócio aquele do sambódromo, desfile, festinha no extinto camarote da Brahma. Jenifer Lopez, Ronaldo Fenômeno, a coisa que todo mundo tem que viver uma vez na vida. Essa experiência foi mais legal.
E foi bom ter passado por isso para, justamente, não precisar repetir nunca mais.
Daí, percebi que talvez tudo tenha a ver com expectativa. Quando a gente deposita esperança demais, raramente se cumpre e acaba se tornando bem frustrante. Ao invés de deixar as coisas rolarem do jeito que tiver que ser, é possível que eu tivesse criado na minha cabeça um roteiro de coisas que obrigatoriamente precisavam acontecer, e que do contrário não teriam valido a pena.
Assim que parei de criar expectativas, meus carnavais ganharam outra cara. Passei a aproveitá-los de uma forma bem mais leve, e todos se tornaram inesquecíveis, cada um do seu jeito. Portanto, viva o seu Carnaval da forma que bem entender. Tem que ser legal e fazer sentido para você, para mais ninguém!