Temos utilizado grande parte do nosso tempo sendo os melhores pais que o Francisco pode ter. Estou falando sobre mim, Renata e nosso filho de 10 meses, caso não tenha ficado claro.
É muito louco esse negócio de ter filho, porque daí o cara percebe que na prática a teoria é outra. Tudo que se falava antes do dia do parto cai por terra. Lembro de julgar mentalmente as pessoas pensando “ah, isso a gente jamais vai fazer, olha que absurdo deixar a criança com iPad na mesa”, ou “gente, como assim essa criança chorando no voo e ninguém faz nada, cadê os pais?”.
Só quem tem filho pode opinar, porque a partir disso a gente exercita uma parada chamada empatia, que é a capacidade de compreender emocionalmente uma determinada situação. Daí muda a vida, tudo fica diferente e passamos a entender também que cada criança é uma criança, e que tudo bem ser assim. Imagina que chato se todas fossem iguais (pais e filhos), ia ser um tédio.
Muito do tipo de pessoa que seu filho vai se tornar depende desse desprendimento, de ficar tranquilo e parar de compará-lo com outras crianças da mesma idade – bem como parar de se comparar com outras mães e pais.
Mesmo porque grande parte disso vem no DNA, que mais ou menos indica a predileção por coisas, lugares, assuntos etc, tendo como base a composição genética herdada do pai e da mãe. E outra grande parte vem dos estímulos a que a criança é submetida, de ir além e fazer coisas diferentes, marcar a vida dela com descobertas que potencializem campos ainda inativos, incentivando-o a encontrar seus propósitos a partir de quem ele realmente é.
Por essas e outras que dá para ter algumas certezas, no que diz respeito ao Francisco: pode ser que ele não goste tanto dos mesmos esportes que a gente, das mesmas cidades nem dos mesmos filmes. Mas boto minha mão no fogo que ele vai ser bom de garfo, além de não ter nojinho de comida. E louco por AC/DC!