Fico feliz só de pensar no dia em que vou almoçar lá. Chego a viajar de uma cidade para outra só para o deleite dessa experiência. Na entrada, um sorriso simpático e a condução até uma mesa qualquer. Antes que eu possa pensar, a comida já começa a brotar na mesa.
Nada de couvert ou entradinhas, a coisa já começa no famoso radicci com bacon. Pela tradição, sirvo um pouco na intenção de me enganar que comi pelo menos um verdinho no almoço. A essa altura, já pedi um refrigerante com gelo, que harmoniza perfeitamente com toda a fritura e a felicidade que estão por vir.
Em minutos, o garçom já brinda a mesa com vários pratinhos dos mais variados sabores. Polenta frita, espaguete, tortéi e o bife à milanesa. O coração dispara de alegria e vem aquela ansiedade do que comer primeiro. Sirvo um pouco de cada coisa e deixo o bife para o final. Seco por fora e molhadinho por dentro, me faz querer ficar comendo aquilo para o resto da vida.
Para quebrar um pouco o cenário, vem à mesa o queijo frito. Uma sacanagem. Ouso dizer que o queijo frito é pornografia autorizada para menores. Não sei me comportar e como bem mais do que deveria. O golpe de misericórdia é o bife na chapa. Você acha que nem precisava, mas aí prova um pedaço e, tcharam, devora o prato todo. A única coisa que sobra é o alface decorativo.
Mas calma aí que não terminou. É hora de se levantar e seguir até a mesa de doces. Lá repousa o melhor sagu do mundo. Não sou de fazer essas afirmações definitivas, porém, nunca comi um melhor. Em sintonia magistral com o creme, o sagu é arrebatador. Só ele já merece a visita.
A vontade é de tirar a tarde toda para dormir. Pago a conta com um sorriso de orelha a orelha. E funciona assim, com muita simplicidade, um dos almoços que mais me deixa feliz no mundo. Obrigado, Famiglia Gelain. Voltarei sempre. Voltarei logo.
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* Conteúdo produzido por Diego Fabris