O Encontro com Fátima Bernardes desta quarta-feira (5) foi dedicado a homenagens ao ator e humorista Paulo Gustavo, morto na noite de terça (4), aos 42 anos, em decorrência de complicações causadas pela covid-19. O programa relembrou momentos marcantes da carreira do artista e apresentou depoimentos de amigos próximos e colegas de profissão.
No início da atração, Fátima Bernardes cobrou a adoção de medidas mais eficazes no combate à pandemia. A apresentadora ressaltou que a morte de Paulo Gustavo por covid-19, como tantas entre as mais de 411 mil já registradas no país, poderia ter sido evitada.
— Cadê a vacina? Cadê o distanciamento social, o uso de máscara? Cadê uma campanha forte de combate à pandemia? — questionou a apresentadora do Encontro. — É muito difícil fazer um programa como esse, convidar alguém para participar de um momento como esse, quando as pessoas estão em luto e em dor. Mas, ao mesmo tempo, seria muito injusto não fazer uma homenagem para uma pessoa como ele, tão importante para o Brasil — explicou a apresentadora, emocionada.
Fábio Porchat participou da homenagem e chorou ao rever cenas suas com Paulo Gustavo. Ele também contou que os dois se formaram juntos no curso de teatro e dividiram o palco durante a primeira apresentação profissional de ambos.
— O que se foi ontem, foi um pedaço meu também, da minha história, da minha vida. (...) Ele era o nosso amigo, a nossa mãe. Afinal, ele era a mãe do Brasil — disse o humorista, fazendo referência à personagem Dona Hermínia. — Estou chorando a morte de um amigo, mas são mais de 411 mil mortes por conta dessa doença maldita. O Paulo se cuidava, falava disso, é muito duro — ressaltou.
Fátima Bernardes relembrou a luta do ator contra a covid-19 e a torcida por sua recuperação, que mobilizou o Brasil em orações. Paulo estava internado desde o dia 13 de março no hospital Copa Star, no Rio de Janeiro. Dias depois, ele foi entubado e passou por diversas atualizações em seu quadro, apontado como irreversível pela equipe médica horas antes de seu falecimento.
— Ele acostumou a gente a acreditar que as coisas eram possíveis. Eu não acreditava que isso ia acontecer, acreditava que ele iria sair dessa. (...) No fundo, por mais que ele tenha passado 53 dias lá, eu não me preparei — comentou Fátima.
O ator e humorista Lúcio Mauro Filho também prestou sua homenagem ao artista. Em vídeo enviado ao programa, ele afirmou que Paulo Gustavo era amado por todos em sua casa e lamentou a perda do amigo.
— O Brasil fica mais sem graça sem o Paulo. A gente perde um dos maiores comediantes que esse pais já teve, um grande amigo, um ídolo, um gênio — disse. — Paulo Gustavo era o grande amor do Brasil. Ele vive em cada sorriso, em casa aplauso. Ele vive — acrescentou.
Quem também conversou com a apresentadora foi a atriz e humorista Heloísa Périssé. Ela contou que conheceu Paulo Gustavo após assistir a uma peça na qual ele fazia uma pequena participação como Dona Hermínia, antes de a personagem inspirada na mãe do artista ficar nacionalmente conhecida.
A artista relatou um "amor à primeira vista" pelo trabalho de Paulo, que acabou virando seu amigo.
— Paulo Gustavo era uma pessoa que a gente queria ver brilhando. Ele brilhava tanto e tão naturalmente, que era um desejo vê-lo assim. Você fazia questão de ser plateia dele — disse a atriz. — Que isso não seja em vão e que a gente mantenha em nossos corações a alegria que ele nos deu. Paulo Gustavo vai estrear em outro plano — finalizou, emocionada.
Ao fim do programa, Fátima Bernardes voltou a pedir uma mudança na postura dos governos e de toda a população em relação à pandemia.
— Não adianta hoje você chorar pela morte do Paulo Gustavo e você sair sem máscara, você aglomerar desnecessariamente. Não estamos falando do trabalhador no ônibus, estamos falando de quem vai para festa clandestina — ponderou. — O que a gente pode fazer tem que ser feito agora, não há mais o que mais esperar. Nós estamos não só tristes, nós estamos indignados — finalizou.