Não foram poucos os povos que encontraram no Brasil uma pátria para estabelecer morada e cultivar vínculos. Um exemplo é a família da fotógrafa gaúcha Fifi Tong, cujos ascendentes vieram da China para viver no interior do Rio Grande do Sul. Figura atuante do meio artístico e publicitário, Fifi se inspirou na trajetória de seus antepassados para registrar famílias que, como a sua, vieram de pagos longínquos e tomaram o Brasil como sua terra. Esse é o mote da exposição Origem – Retratos de família no Brasil, que estará aberta para visitação a partir de amanhã, no Margs.
– É um projeto com fotografias de diferentes gerações de imigrantes. A reunião dessas pessoas mostra a força irrefutável do sangue ao longo do tempo – diz Fifi, que vive há quase três décadas em São Paulo.
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É a primeira vez que a exposição chega à capital gaúcha, mas as fotos já circulam desde 2009, ano em que o livro homônimo com 50 imagens foi lançado – a exposição conta com 31 ampliações. As fotos já passaram pelo interior e pela capital de São Paulo, além de cidades como Rio, Salvador e as argentinas Salta e Buenos Aires.
Para fazer os retratos que ilustram Origem, Fifi visitou famílias de diferentes Estados, como São Paulo, Rio, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Foram cerca de 15 anos de viagens e fotografias, que buscavam mostrar a diversidade de etnias que compõem o Brasil, com imagens de russos, libaneses, africanos e outros estrangeiros que vieram ao país, acompanhados de filhos, netos e até bisnetos. Nas imagens, os traços genéticos se mantêm de geração para geração, mas algumas características, como a tez mais clara ou mais escura da pele, transformam-se, ilustrando a conhecida miscigenação da população brasileira.
– A família é uma tema que anda um pouco esquecido. É preciso valorizá-lo – avalia Fifi Tong.