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Vinte anos atrás, em 1995, Guilherme Fontes adquiriu os direitos de adaptação para o cinema do livro Chatô, o Rei do Brasil, de Fernando Morais, projeto que se arrastou em polêmicas estes anos todos e só agora pode ser visto pelo público - estreou no Rio e em São Paulo na semana passada e entra em cartaz nesta quinta-feira em Porto Alegre.
- O ideal, para todo o mundo, é que o filme fosse uma merda. Iam poder destruir à vontade. O que move o país é o dinheiro público, estamos vendo isso neste momento. Podem me acusar, mas para mim o importante é que o dinheiro está no filme, e o filme é bom - diz Fontes, referindo-se tanto às críticas positivas que seu longa vem recebendo quanto ao imbróglio jurídico e financeiro que fez as filmagens, iniciadas em 1997, serem interrompidas sob a suspeita de irregularidades na captação de recursos via leis de incentivo
Desde então, a cinebiografia do magnata das comunicações Francisco Assis Chateaubriand, o Chatô (1892 - 1968), uma das personalidades mais influentes no Brasil do século 20, ganhou ares de lenda. O diretor defendeu que seu erro foi ter começado o filme sem ter levantado todo orçamento aprovado, de R$ 12 milhões. Marco Ricca interpreta Chateaubriand. Fontes explica porque escolheu o ator:
"Meu Chatô é fictício", diz diretor Guilherme Fontes
- Na época, ele era jovem, desconhecido, e eu queria mostrar o meu personagem e não uma cara conhecida. Utilizo as informações do livro do Fernando (Morais), mas o Chatô dele é o real. O meu é fictício.
E que Chatô é esse? Um czar da imprensa, um grande manipulador.
- Chatô era um controlador que não queria contar a história do Brasil. Queria fazê-la - afirma Fontes.
"Chatô" antes e depois: o cinema mudou após quase 20 anos
Trama combina personagens históricos e fictícios
O eixo dramático do filme constrói-se em torno de um suposto "julgamento do século", quando Chatô participa de um programa de TV que dá voz a figuras que foram decisivas em sua vida, como ex-mulheres e ex-colaboradores. Para interpretar Chatô, captar a totalidade do homem e do mito, Fontes submeteu o clássico Cidadão Kane (1941), de Orson Welles, a uma releitura antropofágica e fez, como lhe disse o cineasta Cacá Diegues, "o último grande filme tropicalista". O elenco conta com, entre outros, Paulo Betti, encarnando o presidente Getúlio Vargas, e Gabriel Braga Nunes, como um fictício híbrido de Samuel Wainer e Carlos Lacerda.
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CHATÔ - O REI DO BRASIL
Drama, 14 anos.
De Guilherme Fontes. Brasil, 2015, 102min.
Em cartaz no GNC Iguatemi 1 (14h20, 17h, 19h30), GNC Moinhos 1 (17h35), GNC Moinhos 2 (18h45), GNC Moinhos 3 (22h), GNC Praia de Belas 5 (14h20, 16h45, 19h10) e Cinemark Ipiranga 6 (19h, 21h45)