Ao anunciar a turnê Cedo ou Tarde para matar a saudade dos fãs, o NX Zero estipulou que dezembro de 2023 seria a data final. Mas foram surgindo propostas irrecusáveis para shows em lugares que ajudaram a alavancar o sucesso da banda paulistana, tornando necessário esticar um pouco mais a agenda de shows para o verão de 2024 e, claro, o Planeta Atlântida, onde eles voltam a se apresentar nesta sexta-feira (2), primeira noite do festival.
— Começaram a chegar várias propostas e pessoas falando "vamos fazer isso e aquilo", e foram surgindo coisas que têm a ver com a nossa história, e o Planeta é uma delas. Foi o primeiro grande festival de que a gente participou. A gente começou no palco menor, depois fomos para o palco grande, fomos subindo de horário, conhecendo vários artistas. A gente devia isso para a galera — diz o vocalista Di Ferrero.
Faz 11 anos que o NX tocou no Planeta Atlântida pela última vez. Naquele verão de 2013, a banda já havia se consagrado como uma das principais do pop rock brasileiro e um ícone da cena emo. Um ano antes, Di Ferrero deu um stage diving, o famoso pulo em direção à plateia, que entrou para a história do grupo e do festival. Mas foi aos poucos que conquistaram esse espaço.
Fundada em 2001, quando Di era um adolescente de 16 anos, a banda ouvia de outros artistas que era importante que estivessem em eventos musicais como o Planeta Atlântida, algo que Chorão, do Charlie Brown Jr., um ídolo para eles, também sempre dizia.
— Eu conheci o Chorão pessoalmente no camarim do Planeta. Todo o Brasil via os shows do Planeta pela TV. Isso foi importante para o NX — reforça.
Com a pausa anunciada em 2017, houve tempo necessário para Di, Gee Rocha (guitarra e vocal de apoio), Fi Ricardo (guitarra), Dani Weksler (bateria) e Caco Grandino (baixo) amadurecerem pessoalmente e como artistas, já que cada um seguiu carreira solo. Os cinco anos também foram suficientes para fomentar saudade nos fãs e até gerar uma mítica em torno da banda, capaz de fisgar públicos mais jovens mesmo quando os integrantes já não estavam mais juntos em cima dos palcos. Isso foi posto à prova nas duas noites de dezembro de 2023 em que o NX Zero se apresentou no estádio Allianz Parque, em São Paulo, com ingressos esgotados, reunindo 50 mil pessoas em cada show.
— A gente está na melhor fase como músicos, também. Nossa dinâmica de palco, maturidade. A gente não perde mais o tempo que a gente perdia com discussões — garante Di.
Depois do Planeta, o NX Zero fará uma miniturnê em março, dentro da programação do festival I Wanna Be Tour, que passará por São Paulo, Recife, Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte, junto de outras grandes bandas que representaram o emo do início dos anos 2000, como Simple Plan, A Day to Remember, The All Americans Rejects, Pitty e Fresno. E aí, sim, fazer uma nova pausa até que a saudade os chame de volta.