Wesley Safadão, a esposa dele, Thyane Dantas, a produtora Sabrina Tavares e uma servidora da Secretaria de Saúde de Fortaleza foram denunciados pelo Ministério Público do Ceará (MP-CE) pelos crimes de peculato e corrupção passiva privilegiada na investigação sobre vacinação irregular. As informações são do g1.
O documento foi protocolado no Poder Judiciário na manhã desta sexta-feira (4), dois dias após a Justiça decidir arquivar apuração sobre crime contra a saúde pública. No entanto, a mesma decisão liberava as investigações relativas aos crimes de corrupção passiva privilegiada e peculato — paralisadas por força de um habeas corpus impetrado pelo cantor em novembro de 2021.
A defesa dos denunciados emitiu nota ao g1 afirmando que considera um "exagero" a denúncia promovida pelo Ministério Público. "Busca incriminar pessoas inocentes por fatos irrelevantes e não caracterizados como crime na legislação penal", diz o texto assinado pelo advogado Willer Tomaz.
Segundo as investigações, o esquema contou com a participação de servidores efetivos e terceirizados da Secretaria de Saúde de Fortaleza, além de assessores e amigos do cantor.
Relembre o caso
De acordo com o processo, a esposa do cantor teria furado a fila da vacinação contra a covid-19 em 8 de julho de 2021. Na época, ela tinha 30 anos, e o calendário municipal de vacinação previa a aplicação em pessoas com 32 anos ou mais. Já Safadão e Sabrina haviam agendado horário para serem vacinados no mesmo dia no Centro de Eventos do Ceará, mas foram a outro posto de vacinação, em um shopping, onde estava sendo aplicada a vacina da Janssen. Segundo o MP, a intenção do cantor era receber o imunizante de dose única para poder fazer shows nos Estados Unidos e no México.
Em outubro do ano passado, Safadão, Thyane Dantas e Sabrina Tavares negaram acordo ofertado pelo MP para que a investigação fosse encerrada. Nas redes sociais, o cantor se manifestou sobre a recusa: "Infelizmente não chegamos a um acordo por dois motivos: 1 - Queriam que eu me declarasse culpado; 2 - Queriam que eu pagasse uma quantia equivalente a quase um milhão de reais, sendo que para um cidadão comum é infinitamente menor o valor".