Neste sábado (7), completa 10 anos que a beatlemania foi instaurada em Porto Alegre. Paul McCartney se apresentou pela primeira vez na capital gaúcha, em show realizado no estádio Beira-Rio.
Em sua primeira vinda ao RS, o músico trouxe a turnê Up And Coming. Ele retornaria em 2017 com o show One on One. Durante a primeira vista, o artista passou 37 horas em Porto Alegre, onde viu a beatlemania resplandecer e teve aulas de "gauchês". E é claro, o beatle fez um show inesquecível na Capital.
A seguir, confira curiosidades e relembre detalhes da primeira vez de Paul McCartney em Porto Alegre.
O show
Paul subiu ao palco de 62 metros de largura e 23 de altura, acompanhado dos músicos de sua banda, às 21h09min. Trajando um casaco roxo, calça preta e camisa branca, acenou com simpatia para o público e abriu o espetáculo com a execução em sequência de três de seus grandes sucessos à frente dos Wings: Venus and Mars, Rock Show e Jet. Depois da trinca inicial, falou com o público pela primeira vez, em um português com sotaque, mas bastante compreensível:
– Oi, tudo bem? Boa noite, Porto Alegre! Boa noite, Brasil.
Na sequência, quando já eram 21h17min, emendou a primeira música dos Beatles na noite, All My Loving, do segundo LP do quarteto de Liverpool.
Às 21h20min, encerrou a canção e agradeceu ao entusiasmo do Beira-Rio lotado:
– Obrigado, gaúchos.
No dia seguinte ao show, o relato assinado por Roger Lerina conta que "Paul McCartney levou mais de 50 mil pessoas ao êxtase domingo à noite com canções que são patrimônio da humanidade". Foram 36 músicas em quase três horas de espetáculo, acompanhado dos músicos Brian Ray e Rusty Anderson (guitarras), Paul “Wix” Wickens (teclados) e Abe Laboriel Jr (bateria). Multinstrumentista, Paul também se revezou entre baixo, guitarra, piano, violão, mandolim e ukulele.
Ao longo do show, ele foi arriscando algumas expressões gaúchas, como "Mas bah, tchê!". Quando o público cantou junto o refrão de Mrs Vandebilt, Paul agradeceu:
– Trilegal!
Antes de apresentar Something em um ukulele ganhado do ex-companheiro de Beatles, ele falou:
– Essa próxima música é para o meu amigo George (Harrison). O que vocês acham do meu português? – exibiu-se Paul.
A consagração final veio com Let It Be, quando mais de 50 mil pessoas fizeram eco a Paul ao piano. O show de luz e barulho dos fogos de artifício na ponta do palco na apoteótica Live and Let Die anunciou que a festa estava chegando ao final. Antes de sair, Paul dirigiu o coro no refrão de Hey Jude, separando as vozes masculinas e femininas.
De volta para o bis, Paul entrou carregando uma bandeira do Brasil, enquanto o tecladista exibia a bandeira britânica. Respondendo ao coro da multidão, Paul, já descolado no português, emendou várias vezes o refrão “Ah, eu sou gaúcho”.
Momento para mais rocks dos fab four: Lady Madonna, Get Back e Helter Skelter, além de Yesterday. A saideira foi com Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band e The End, com direito a chuva de papel picado.
– Tchau, obrigado, Porto Alegre. Até a próxima! – despediu-se Paul, encerrando às 23h56min.
Fãs no palco
Na reta final do show, Paul convocou duas fãs ao palco. Com cartazes, elas pediam um autógrafo na pele, que viraria uma tatuagem.
– Não me culpem. Cada uma quer um autógrafo no braço para que possam cobrir com uma tatuagem. Tragam-nas aqui – disse o músico.
Subiram ao palco Elisa Delfino e Ana Paula Hining, ambas então com 18 anos. Para a porto-alegrense Elisa, premiação pelos cinco dias de acampamento dentro das dependências do estádio – tudo para garantir um lugar o mais próximo possível da grade.
– Eu era a primeira da fila da pista premium. Inclusive, o show foi no mesmo final de semana do Enem que eu fiz, então eu saí para fazer a prova durante os dois dias e retornei para minha posição na fila – recorda a fã, hoje com 28 anos.
Elisa lembra que na hora de entrar no estádio, a organização repartiu a fila, de modo que pessoas que chegaram depois dela ficaram imediatamente posicionadas ao seu lado.
– Houve uma confusão na entrada e várias dessas filas foram liberadas, mas a minha não. Quando viram que seria impossível conter as pessoas, finalmente liberaram a minha fila, mas, a essa altura, já haviam passado 60 ou 70 pessoas na minha frente – relata.
Quanto Elisa finalmente entrou no estádio, ela se posicionou na sexta fila a partir da grade e começou a chorar. Não era perto o suficiente para o seu objetivo. Comovido com o desespero da jovem, um fã da segunda fila cedeu o seu lugar, e ela pode, finalmente, encostar na grade e esperar o show começar.
Para Elisa, a apresentação de Paul foi surreal:
– Eu jamais imaginei que um dia veria um Beatle em Porto Alegre. Depois de dias de fila e horas aguardando entre os vários fãs, quando as luzes do estádio apagaram, se acendeu uma expectativa gigantesca. Quando ele apareceu, parecia mentira. Foi muito lindo, o cenário de Venus and Mars estava demais.
Elisa conta que ficou o show inteiro com o cartaz levantado com os dizeres "Paul, please sign my arm, so I can get it tattoed" ("Paul, por favor assine meu braço, assim eu posso tatuá-lo"). Ou então com a mão estendida e o cartaz pendurado do outro lado da grade.
– Durante alguns momentos ele me olhou e deu uns sorrisos. Eu não sabia o que aquilo queria dizer. O show foi chegando ao fim e eu comecei a ficar muito nervosa, mas sempre balançando o cartaz.
Na volta para o bis, houve a tão aguardada convocação:
– Quando ele começa a conversar com o público e mencionar os cartazes, um segurança chega até mim e puxa meu braço, tentando me passar por cima da grade. Eles me levantaram e me encaminharam para trás do palco, junto com a Ana. Foi uma sensação bizarra de incredulidade e felicidade extrema.
Elisa prossegue:
– Na hora em que entramos no palco, foi uma loucura. Havia 50 mil pessoas gritando, muitas luzes, e nós fomos caminhando o mais rápido possível até ele. Lembro que dei um abraço e fiz um cafuné (risos). Lembro que os olhos dele pareciam claros e que ele é bem alto. Paul segurou minha mão, perguntou meu nome, de onde eu era e falou no microfone. Mesma coisa com a Ana. Aí assinou meu braço, e eu pedi para ele desenhar um coraçãozinho, que Paul fez. Logo depois demos outro abraço e tivemos que sair.
Naquela noite, Elisa lembra que dormiu sentada, pois tinha medo de borrar o autógrafo. Às 9h, ela foi até um estúdio de tatuagem, onde implorou por um horário e conseguiu um encaixe. Enquanto era tatuada, a jovem concedeu entrevista a dois jornais.
No total, Elisa iria a quatro shows de Paul. Após POA, ela compareceu a apresentação do dia 22 de novembro, em São Paulo. Novamente acampou na fila, mas dispensou o cartaz desta vez. Porém, foi chamada novamente ao palco.
– Mostrei a tatuagem pra ele, que ficou bem surpreso e reconheceu de uns dias atrás (risos) – diverte-se.
Antes do show, a chegada
Por volta das 11h15min, no dia 6 de novembro, Paul McCartney chegou a Porto Alegre em um avião particular no terminal antigo do Aeroporto Salgado Filho. Logo depois, uma caminhonete se dirigiu para perto da aeronave, de onde Sir Paul saiu, cumprimentando a comitiva, às 11h24min.
Com discrição na chegada e poucos fãs a sua espera – em torno de 20 pessoas –, o beatle deixou o local por volta das 11h35min em um comboio de quatro carros e escolta de sete motos e uma viatura da Brigada Militar rumo ao hotel no bairro Moinhos de Vento, onde chegou às 11h45min. Antes, porém, de chegar ao portão do aeroporto, Paul apareceu na janela do carro e abanou para os fãs que ali estavam, sorrindo. Extasiados, alguns fãs quase conseguiram tocar em Paul, e um deles, o empresário de Esteio Eduardo Camboim, conseguiu jogar uma carta para dentro do automóvel.
– Na carta, eu dei as boas-vindas para ele – contou Camboim à Zero Hora.
No hotel
Até as 16h12min de domingo, quando chegou ao Beira-Rio, Paul não apareceu em público tantas vezes quanto os fãs gostariam. Mas, nas raras aparições, mostrou uma generosidade ímpar: acenou, baixou o vidro do carro mais de uma vez para retribuir o carinho de quem o acompanhava pelas ruas e até se pendurou no estribo da caminhonete que o levou para o Beira- Rio.
Paul ficou hospedado no sábado e no domingo na Suíte Presidencial do Sheraton Hotel, no bairro Moinhos de Vento. O beatle sempre traz consigo uma camareira, que decora o quarto do patrão de acordo com um tema. Em Porto Alegre, estilo escolhido foi o indiano, com panos, velas e lanternas.
Antes de sua chegada, uma multidão já fazia vigília desde a tarde de sexta-feira (5 de novembro de 2010). O frenesi era o ar dos corredores. Quando cada um dos quatro elevadores se abria, os corações paravam. Duas noivas depois (que, ao saírem do hotel, frustraram quem achava que era Paul), o beatle surgiu por volta das 19h50min de sábado. Sorrindo e caminhando, recuou ao perceber ter passado reto pela entrada que dá passagem para o Shopping Moinhos, onde mais tietes se aglomeravam. Saiu de lá para fazer com a banda a passagem de som no Beira-Rio. Deixou o estádio antes das 23h e, na hora de embarcar no carro, parou para dar mais tchauzinhos.
Sem churrasco
Chef de cozinha e publicitária, a gaúcha Tuca Padilha foi uma das responsáveis pela alimentação de Paul e sua trupe em Porto Alegre, integrando a equipe que auxiliou o chef Jason - o encarregado do catering do camarim do astro. No cardápio do primeiro almoço de Macca na Capital, servido no sábado, ao meio-dia, o menu vegetariano incluiu sopa de feijão mexicano, tortilla, falafel e massa à putanesca, entre outros pratos. Entre os drinks, Paul bebeu margaritas de limão e laranja.
Lado B
Além das quase 40 músicas que apresentou no show em Poro Alegre, Paul tocou outros rocks – próprios e de outros astros – nos dois ensaios que fez na Capital. No sábado à noite, entre canções do repertório, Macca lembrou o Rei do Rock cantando a clássica Blue Suede Shoes – composta e gravada originalmente por Carl Perkins, a música virou um hit na voz de Elvis Presley.
Já na tarde de domingo, a passagem de som incluiu pérolas como San Francisco Bay Blues (folk gravado por gente como Eric Clapton e Janis Joplin e pelo próprio Paul), I'll Follow the Sun (gravada no disco Beatles for Sale), Magical Mystery Tour (disco e filme dos Beatles de 1967) e Bluebird (tema do antológico álbum Band on the Run, lançado em 1973 por McCartney e sua banda Wings).
Hermanos fanáticos
Os argentinos do grupo The Beats, renomada banda cover de Beatles, hospedaram-se no mesmo hotel do ídolo naquele final de semana. Fizeram revezamento durante o café da manhã para topar com o músico "por acaso". Deu certo: o baixista ganhou um autógrafo de Paul no instrumento.
Dia de show
Por volta das 14h30min de domingo (7 de novembro), o fisioterapeuta Mauren Mansur esteve no Sheraton para aliviar as tensões de Paul em sua segunda sessão de massagens - a primeira foi no sábado à tardinha. Ambas as sessões foram divididas com sua então namorada (atual cônjuge), a americana Nancy Shevell, que o acompanhou na turnê.
Às 15h56min, quando finalmente saiu pela porta giratória do Sheraton, a gritaria lembrou os tempos de Beatles. Paul não se intimidou e, com uma disposição invejável, surpreendeu ao subir no estribo da caminhonete Toyota fazendo festa com a tietagem, que lhe respondeu com entusiasmados acenos. Oito minutos depois, ao passar pela frente do Anfiteatro Pôr do Sol, o cortejo desacelerou. Quando cruzou pelo Anfiteatro, abanou pela janela. Ao passar próximo da pista de skate do Parque Marinha, Paul já estava abanando da outra janela.
Ensandecidos, os fãs o seguiam correndo de bicicleta e a pé – e o beatle estendia a mão, tocando quem conseguia chegar perto. Quando chegou ao Beira-Rio, às 16h12min, baixou o vidro e repetiu o gesto com os fãs que o aguardavam no entorno.
Na última passagem de som, sobre o palco, Macca aplicou filtro solar no rosto e até improvisou uma música sobre o Brasil, cantando: "I'm in Brazil / such a thrill" (algo como "estou no Brasil / que arrepio"). Ao ver o helicóptero da RBS COP que seguira a sua comitiva, Paul acenou novamente para o céu.
Camarim
A iluminação do camarim do beatle atendeu à preferência do astro: pouca luz direta, feita pela Showlux com mais de 30 abajures e lustres, espalhados no espaço. As peças tinham design moderno, e, por exigência do músico, nenhuma era na cor branca. Outra exigência: casacos de couro ou de pele não podiam entrar. Tanto Paul quanto seus músicos são contra o abate de animais – não usam e nem podem ver por perto roupas e móveis com couro ou peles.
Segundo apontou a coluna Contracapa (publicada no dia 9/11/2010), o camarim recebeu elogios de Paul, que teria curtido bastante a decoração e os móveis da Maiora – especialmente os bancos Canto e Ibirapuera, criados pelo designer mato-grossense Israel Chaves com troncos de madeira reaproveitada de 300 quilos, e a poltrona Diz, do gaúcho Sergio Rodrigues, também em madeira.
Aula expressa de "gauchês"
Pouco mais de três horas antes de subir ao palco do estádio Beira-Rio, Paul realizou um desejo: fazer uma aula intensiva de português para poder se comunicar com o público. A professora do beatle foi a jornalista Melise Sulzbach. Ex-assessora de Julio Iglesias por 13 anos, período em que trabalhou entre os Estados Unidos, a Espanha e o Caribe, ela teve uma hora e meia para instruir o músico. Cerca de duas horas depois, ele começava a colocar o aprendizado em prática.
– Trabalhei como assessora do Julio Iglesias por muitos anos. Morava fora do país e voltei há dois meses. A produção do evento do Paul McCartney ficou sabendo que eu estava aí e me pediu para dar uma mão para assessorar o empresário do Paul em diversas áreas: na tradução para o português, na parte interna do camarim, na comunicação. Disseram que o Paul queria falar algumas coisas em português para se conectar com o público. Achei bacana que, depois, isso repercutiu legal. Mas não sou professora (risos) – relatou Melisse em entrevista a Zero Hora.
Ela contou que Paul olhou a lista de músicas do show e começou a perguntar: "Como digo Boa noite, Porto Alegre?". Ou então: "Como falo 'Escrevi essa música para meu amigo John?'". Aplicado, o músico anotava as frases com as fonéticas, ou seja, conforme a pronúncia.
– Ele é quem dizia o que queria. Perguntou por que se dizia "obrigado", e não "obrigada", por exemplo. Depois, pediu sugestões de coloquialismos que seriam interessantes para falar durante o show. Ele gostou do "Ah, eu sou gaúcho! (cantando)". Dei para ele as dicas do "Mas bah, tchê!" e do "trilegal". Inclusive, expliquei o que significava cada expressão e quando seria apropriado falar no show, em relação à plateia. No camarim, ele falava "gaúcho" e ficava imitando um caubói. Mas pronunciava "gaucho" (acentuando a letra"a"), como na Argentina. Aí chegamos na nossa pronúncia – disse Melisse. – Também expliquei que o povo era muito patriota e que uma frase ("ah, eu sou gaúcho") criaria ligação bacana. Ele adorou – completou.
Durante a aula, Paul foi um bom aluno extrovertido:
– Ele dançava, se mexia. Tirou os sapatos e ficou de meia. Ele é brincalhão, jovem, alto astral – descreveu.
No palco, Paul leu as frases que aprendeu escritas em um papel, entregue por um assistente. Pronunciou-as, e o público compreendeu perfeitamente, gritando eufórico. Poucos minutos de aula foram suficientes para o beatle se aproximar ainda mais dos fãs.
Motorista de Paul e o "quase acidente"
Coube a Ricardo Cruz conduzir Sir McCartney durante os três dias da estada do músico na Capital. Apesar da proximidade, Cruz garantiu a Zero Hora que optou pelo profissionalismo. Não pediu autógrafos nem tirou fotos – até porque eram orientações expressas do staff de Paul, assim como não comer carne, não fumar e só falar se ele puxasse assunto.
– Mas isso foi o de menos. Ele não parava de perguntar coisas, desde expressões a nomes de árvores. Eu explicava "Não, isso não é um jatobá, é um flamboyant". Ensinei a ele também a falar umas coisinhas em português, como "olá" e "tudo bem".
No caminho, Paul não cansava de elogiar os outdoors de boas-vindas e o esquema de batedores da Brigada Militar, que fez a escolta nos trajetos entre o aeroporto, hotel e estádio - uma viatura e oito batedores motociclistas do Batalhão de Operações Especiais, a quem ele agradeceu pessoalmente. Apesar da polidez de Paul e de seu profissionalismo, Cruz conta que em um momento pensou que tudo estava perdido. Em uma das vezes em que o músico acenava para o público, Cruz, temendo que algo pudesse acontecer, subiu o vidro do carro de repente.
– Quase prendi a mão dele. Imagina, é um vidro blindado, grosso. Ele me perguntou se eu estava tentando acabar com a carreira dele, se não queria que tivesse show. Aí gelei - contou o motorista.
Depois do baque, Cruz foi acalmado pelos seguranças de Paul, que explicaram que tudo não passava de uma brincadeira e que eles haviam feito o mesmo em uma apresentação no México.
Partida na madrugada
Mal terminou o show e Paul McCartney já foi em direção ao Aeroporto Salgado Filho para deixar a Capital. O primeiro batedor da BM chegou ao terminal antigo para recebê-lo à 0h21min. Um minuto depois, chegaram outras três motos, o mesmo carro Toyota que transportou o astro à tarde e um ônibus. Paul foi deixado diretamente na pista do aeroporto, onde subiu em um jato da Swissair. À 0h53min, o beatle decolou em direção a Buenos Aires, palco de seu show seguinte.
Carinho
Segundo informações da coluna RSVIP (publicada no Segundo Caderno em 9/11/2010), nos dias em que esteve na Capital gaúcha, Paul disse não lembrar de tanto carinho e tietagem de fãs jovens desde os tempos dos Beatles.
Setlist do show em POA
- Venus and Mars/ Rock Show
- Jet
- All My Loving
- Letting GoDrive My Car
- Highway
- Let Me Roll It
- Long And Winding Road
- 1985
- Let Me In
- My Love
- I'Ve Just Seen A Face
- And I Love Her
- Blackbird
- Here Today
- Dance Tonight
- Mrs Vanderbilt
- Eleanor Rigby
- Something
- Sing The Changes
- Band On The Run
- Ob-La Di Ob-La Da
- Back In The Ussr
- I've Got a Feeling
- Paperback Writter
- A Day In The Life
- Let It Be
- Live And Let Die
- Hey Jude
- Day Tripper
- Lady Madonna
- Get Back
- Yesterday
- Helter Skelter
- Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band / The End