Em resposta aos cinco homicídios registrados em Santa Maria no início de janeiro, Polícia Civil e Brigada Militar realizam, na manhã desta quarta-feira (15), operação de combate a crimes violentos e facções criminosas.
Estão sendo cumpridos 40 mandados de busca e apreensão em oito municípios do RS, além de 12 ordens de prisão preventiva. No decorrer da operação, outras sete pessoas foram presas em flagrante por crimes como tráfico de drogas, porte de arma de fogo e munições. Até as 10h, 19 pessoas haviam sido presas.
Responsável pela operação, o delegado André Diefenbach pontua que os dados consolidados ainda serão divulgados.
Três veículos, duas pistolas glock — uma de calibre 45 e outra de nove milímetros — e uma carabina calibre 22 foram apreendidos até o momento.
Os mandados são cumpridos em Santa Maria, Restinga Seca, São Pedro do Sul, Itaara, Santiago,Pelotas, Sapucaia do Sul, além de Porto Alegre.
"Polo de distribuição de drogas"
Intitulada Brush, a operação tem como alvo suspeitos de atuar em prol de associações criminosas que disputam o tráfico de drogas em Santa Maria. De acordo com as autoridades, o município da Região Central é "um polo" de distribuição de drogas para o RS, o que atrai interesse dos grupos e gera conflito entre os criminosos pelo controle das ações na área.
— Santa Maria é um polo, um centro, que tem uma posição privilegiada no mapa do Rio Grande do Sul. Então, logisticamente, Santa Maria funciona como um ponto de distribuição de drogas para uma macroregião (do RS). Portanto, há um interesse dos grupos criminosos organizados na distribuição de drogas na cidade — explica Diefenbach, que ainda salienta a repressão aos grupos:
— Em virtude disso, as ações estão sendo pontuais, atacando esses grupos criminosos, porque são esses grupos criminosos que estão produzindo essa violência letal. Eles ficam conflitando, criando os atritos, disputando espaço nas ruas, e em virtude disso, acaba aumentando o número de homicídios que estão acontecendo.
Policiamento reforçado
Subcomandante-geral da Brigada Militar, o coronel Douglas da Rosa revelou que cerca de 60 oficiais do batalhão especial da corporação, de Porto Alegre, atuarão em Santa Maria até fevereiro.
— Estamos com efetivo das unidades de choque. Todo janeiro e todo fevereiro permanecerão aqui, até que a normalidade volte — disse o coronel durante coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira.
O delegado André Diefenbach também reforçou a ação conjunta entre as forças de segurança.
— Estamos trabalhando integradamente com a Brigada Militar e, durante este ano de 2025, as operações serão mais frequentes do que foram no ano anterior, serão mais firmes. E a cada homicídio que for realizado, a cada fato que acontecer, a resposta que a polícia vai dar vai ser mais enérgica — disse Diefenbach.
Sandro Meinerz, delegado regional, também participou da coletiva de imprensa.
Lavagem de dinheiro
Durante a coletiva de imprensa, os investigadores revelaram que uma revenda de carros também é alvo da operação.
Conforme o inquérito, os criminosos utilizam o ponto comercial para lavar dinheiro a partir da compra e venda de veículos.
De acordo com a investigação, a transferência dos veículos revendidos não é oficializada no Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
Com isso, os valores oficiais envolvidos na venda podem não ser reais, o que auxilia a maquiar os montantes e lavar o dinheiro.