O presidente afastado da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeo, foi preso na manhã de quarta-feira (15) no horário local (noite desta terça-feira (14) no Brasil), em sua residência. Mais cedo, membros da guarda presidencial do chefe de estado sul-coreano, tentaram impedir a ação. Ele é investigado pela tentativa fracassada de impor a lei marcial no país.
Os agentes do Escritório de Combate à Corrupção (CIO), órgão que centraliza as investigações de Yoo, possuíam mandados que incluem uma ordem de captura, informou a agência de notícias Yonhap.
Durante a ação, o advogado de Yoon, Seok Dong-hyeon, anunciou em uma rede social que o presidente concordou em se apresentar na sede do escritório. Segundo ele, o presidente se pronunciará em discurso.
Mais cedo, Yeol não compareceu à primeira sessão do julgamento do pedido de afastamento. Em razão disso, o andamento do impeachment foi adiado. Após o encerramento da sessão, que durou apenas quatro minutos, a polícia foi autorizada a entrar na residência oficial do presidente para prendê-lo.
Yoon foi afastado de suas funções e está sendo investigado por ter instaurado a lei marcial em 3 de dezembro, por um breve período. O objetivo, segundo ele, era proteger o país das "forças comunistas norte-coreanas" e "eliminar os elementos hostis ao Estado".
Duas horas depois, cerca de 190 deputados conseguiram entrar no Parlamento, apesar da resistência dos militares, e aprovaram uma moção reivindicando a suspensão da lei marcial. Pressionado pelos deputados, por milhares de manifestantes pró-democracia e forçado pela Constituição, Yoon teve que recuar.
Em 14 de dezembro, ele foi afastado de suas funções através de uma moção de destituição. Em 3 de janeiro, o PSS já havia impedido uma primeira tentativa de deter Yoon.
Resistência
Nesta quarta, imagens transmitidas ao vivo na televisão mostravam pessoas não identificadas interrompendo a passagem de efetivos do CIO e da polícia quando eles tentavam entrar na residência de Yoon.
Os investigadores, que haviam advertido que deteriam qualquer um que os impedisse de fazer seu trabalho, entraram em "confronto físico quando tentavam ingressar à força na residência presidencial", informou a Yonhap, sem detalhar quem os agentes enfrentaram. Segundo um jornalista da AFP, ambos os grupos trocaram socos.
Em frente à residência presidencial, simpatizantes de Yoon gritavam "mandado ilegal!" e tremulavam bandeiras americanas.
Além disso, cerca de 30 deputados do Partido do Poder Popular (PPP), de Yoon, compareceram ao local para proteger seu líder, segundo a Yonhap.