Embora a pandemia de coronavírus imponha a orientação de isolamento social, a indústria musical segue na ativa. Veja seis álbuns de artistas brasileiros brasileiros que foram disponibilizados nas plataformas digitais no período de quarentena.
Pabllo Vittar
- Nove faixas, Sony Music
Ela canta. Ella canta. She sings. A drag queen Pabllo Vittar lançou 111, um álbum trílingue, com músicas em português, inglês e espanhol. Contendo nove faixas e apenas 22 minutos, o disco traz participações de nomes como Ivete Sangalo, Thalía, Charli XCX, Psirico e Jerry Smith. A versatilidade da cantora volta a aparecer em seu terceiro trabalho, no qual passeia por diferentes ritmos: arrocha (Lovezinho), pop internacional (Flash Pose) e eletrônica (Rajadão). No entanto, às vezes passa uma sensação de que Pabllo atira para todos os lados. O disco é formado por faixas dançantes que transitam por um brega repaginado. Nesse aspecto, destaque para a chiclete Amor de Que, já divulgada no ano passado.
Djonga
- Independente, 10 faixas
Nascido na Favela do Índio, em Belo Horizonte (MG), Djonga foi criado no bairro São Lucas, Zona Leste da capital mineira. É sobre as vivências desse lugar que o rapper canta em Histórias da Minha Área, seu quarto disco de estúdio. Ao longo de 10 faixas, ele apresenta crônicas que vão além do espaço físico, mirando na situação social permeada pelo racismo. São recordações de jovens da periferia em meio à pobreza e à violência. O álbum também traz a delicada Procuro Alguém, dedicada a sua filha, em que ele fala sobre ser menos machista, e a romântica Todo Errado.
Academia da Berlinda
- 10 faixas, independente
Fundada em Olinda (PE) em 2004, o grupo Academia da Berlinda lançou um dos discos brasileiros mais divertidos deste ano. Em Descompondo o Silêncio, quarto álbum de estúdio da formação, há faixas que exploram ritmos variados, como a cumbia, carimbó, coco, ciranda, maracatu e afrobeat. Ou seja, Brasil, América Latina e África transitam pelo DNA do grupo. A Academia da Berlinda é formada por Alexandre Urêa (voz e timbales), Tiné (voz, pandeiro e maraca), Yuri Rabid (baixo e voz), Gabriel Melo (guitarra), Hugo Gila (teclados), Irandê Naguê (bateria e percussão) e Tom Rocha (percussão e bateria).
Cícero
- 10 faixas, independente
Após lançar um disco acompanhado por banda, Cícero & Albatroz (2017), o cantor carioca volta a solidão em Cosmo, seu quinto trabalho. Gravado entre Brasil e Portugal, é um álbum de um homem só: Cícero toca instrumentos como violão, baixo e guitarra, além de produzir as 10 faixas e orquestrar os arranjos. Trata-se de um trabalho introspectivo em que o músico investe no pop experimental e melancólico, refletindo sobre tempo e espaço em canções como Nada ao Redor e Banzo.
Rod Krieger
- Oito faixas, indenpendente
Ex-baixista da Cachorro Grande, Rodolfo Krieger lançou seu disco de estreia em meio à pandemia. Intitulado A Elasticidade do Tempo, Rod apresenta oito faixas que, ao longo de 32 minutos, passeiam por influências do rock psicodélico e sessentista de nomes como Syd Barrett, Mutantes e Beatles, entre outros. O sitar, instrumento que encantou George Harrison (uma das referências para o trabalho), está presente em cinco faixas do álbum, tocado por Fábio Kidesh. Nascido em Porto Alegre, Rod vive em Portugal desde 2019 — está montando um estúdio em Lisboa.
Clarice Falcão
- Cinco faixas, Chevalier de Pas
Contendo cinco músicas e 15 minutos, a cantora Clarice Falcão lançou um EP de remixes intitulado EU_ME_LEMBRO_ (sim, com underlines). O projeto é uma maneira de ela revistar o passado, atualizando as canções para versões indie pop e eletrônica. A seleção de músicas inclui Pra Ter o Que Fazer, lançada em 2012 apenas no formato acústico; Irônico e Eu Escolhi Você, do álbum Problema Meu (2016); O que Eu Bebi e Eu Me Lembro, de Monomania (2013). Além da atualização na sonoridade, a faixa que dá título ao EP conta com a participação da cantora carioca Letrux.