Eleito patrono da 70ª Feira do Livro de Porto Alegre, Sergio Faraco é dono de uma importante e extensa carreira na literatura, incluindo obras de ficção, memórias, crônicas, entre outros. O alegretense de 84 anos retrata tanto a vida no campo quanto na cidade em seus livros, que acumulam diversos prêmios.
Zero Hora destaca seis dessas obras que marcaram a trajetória do escritor gaúcho. Confira a seguir.
Seis livros de Sergio Faraco
A Dama do Bar Nevada (1987)
Trata-se de uma seleção de contos que reflete características muito presentes na obra do autor. As histórias acompanham personagens solitários vivendo seus dramas, permeando a ambiguidade entre o urbano e o rural, a nostalgia e a solidão. Na edição mais recente, foram incluídos quatro contos inéditos de Faraco. A obra foi agraciada em 1988 com o Prêmio Galeão Coutinho, entregue pela União Brasileira de Escritores ao melhor volume de contos lançado no Brasil no ano anterior.
Contos Completos (1995)
Vencedor do Prêmio Açorianos de Literatura, na categoria Conto, em 1996, a obra se divide em duas partes, organizadas pelo tema das histórias. Na primeira, os contos se passam na Região da Fronteira, de onde vem o autor. A segunda parte retrata a infância, a partir de histórias de meninos passando pelas descobertas do crescimento. Já na terceira, os contos falam da solidão da vida na cidade grande.
Dançar Tango em Porto Alegre (1998)
Esta coletânea recebeu o Prêmio Nacional de Ficção da Academia Brasileira de Letras (ABL) em 1999 e foi leitura obrigatória para o Vestibular da UFRGS em 2016. Assim como em Contos Completos, Faraco aborda a condição humana em histórias com as temáticas que lhe são características. A sinopse da editora L&PM diz o seguinte: "Nesta premiada coletânea de contos, o leitor encontrará condensado o universo ficcional de Sergio Faraco — um dos maiores contistas brasileiros vivos. Obra de um autor-artesão que preza a palavra exata, a tensão contida e, sobretudo, os dramas internos do indivíduo".
Rondas de Escárnio e Loucura (2000)
Neste volume, encontramos histórias de "amargura combinada com o lirismo, o universo tristemente fascinante dos perdedores, a miséria e a grandeza da condição humana", segundo a descrição da editora. O autor venceu o Prêmio Açorianos de Literatura, na categoria Conto, em 2001, pela obra.
Lágrimas na Chuva: Uma Aventura na URSS (2002)
Livro de memórias do escritor, em que Faraco narra o período em que viveu na União Soviética, quando estudou no Instituto Internacional de Ciências Sociais, em Moscou. Membro do Partido Comunista Brasileiro, o gaúcho teve uma série de conflitos com chefes dos partidos brasileiro e soviético e acabou internado em uma clínica de "reeducação", procedimento adotado contra quem se rebelava contra o sistema.
As Noivas Fantasmas e Outros Casos (2021)
A obra mais recente de Faraco traz 46 crônicas inéditas, em que retrata situações tão diversas quanto a vez em que assistiu Marlene Dietrich cantar ao vivo em Moscou e a história da invenção do futebol. O autor ainda passa por histórias do convívio com outros gênios da literatura, como Mario Quintana e Erico Verissimo. A seleção venceu o Prêmio Açorianos de Literatura, na categoria Crônica, em 2022.