A 69° edição da Feira do Livro de Porto Alegre chegou ao fim na noite de quarta-feira (15) contabilizando motivos para se orgulhar dos próprios feitos, mas não conseguiu superar as vendas do ano anterior. Em 2023, o resultado total foi de 211.619 exemplares vendidos — cerca de 6% a menos do que em 2022. O número foi divulgado pela Câmara Rio-Grandense do Livro (CRL) na manhã desta quinta-feira (16), em coletiva de imprensa.
A edição deste ano teve início em 27 de outubro. Foram 20 dias de duração, com média de vendas diária de 2.899 exemplares em cada uma das 75 bancas livreiras que estiveram na Praça da Alfândega. Na 68ª edição, realizada no ano passado, a média diária foi de 3.255 livros por banca, enquanto o total contabilizou 234.338 exemplares vendidos — cerca de 22 mil a mais em relação à edição que chegou ao fim nesta quarta.
Apesar da queda no número de vendas, o balanço da Câmara Rio-Grandense do Livro é positivo. Sobretudo pela capacidade de superar as dificuldades financeiras que quase colocaram em risco a realização do evento, que neste ano ficou sem recursos da Lei de Incentivo à Cultura.
— Foi um grande desafio, a sensação é de alívio por ter dado tudo certo. No ano que vem, vamos lutar para que a Feira não passe pelo perrengue que passou neste ano — afirma o presidente da CRL, Maximiliano Ledur.
Também foi uma vitória conseguir atrair o público mesmo diante do mau tempo que marcou vários dias da Feira, conforme o gestor.
— Tivemos dias que estavam lotados apesar da chuvarada, com pessoas fazendo fila para participar das atividades. A circulação de pessoas foi muito positiva, mas é claro que a chuva acaba atrapalhando os resultados — ressalta Ledur.
Outro ponto positivo destacado foi a unificação do horário de abertura das bancas das áreas geral e infanto-juvenil. Nas edições passadas, a área destinada ao público infantil abria às 10h, enquanto a geral iniciava suas atividades somente ao meio-dia. Neste ano, todas as áreas da Feira abriram às 10h e encerraram às 20h.
A aposta da CRL é de que a mudança permaneça nas próximas edições.
— O relato de todos os expositores - e o meu próprio, também como expositor - é positivo. A continuidade é algo que teremos que determinar em assembleia, mas eu acredito que esse novo horário veio para ficar — diz o presidente.
Adesão à programação é celebrada
No total, a Feira realizou 158 eventos, sendo 123 mesas e bate-papos, 20 apresentações artísticas e 15 oficinas de escrita e literatura. Já em relação às sessões de autógrafos, foram 655 encontros agendados.
Conforme a organização, quase 500 autores estiveram envolvidos com as atividades da Feira. A ampla participação de escritores internacionais também foi celebrada pela coordenadora da programação geral, Sandra La Porta:
— Pela primeira vez na história da Feira do Livro, um autor dos Emirados Árabes Unidos esteve na programação. Isso representa a pluralidade de visões de mundo.
Os auditórios que receberam a programação geral — Barbosa Lessa, do Espaço Força e Luz e do Memorial do Rio Grande do Sul —, além do Espaço Petrobras Carlos Urbim, tiveram, juntos, público total de 9.152 pessoas participando das atividades.
Na área infantil e juvenil, foram 619 atividades, que envolveram contação de histórias, rodas de conversa na Estação da Acessibilidade e formação de mediadores de leitura. A programação mobilizou 8.720 alunos, que visitaram a Feira reunidos em mais de 300 turmas escolares.
Edição de 70 anos
No próximo ano, a Feira do Livro de Porto Alegre celebra 70 anos de existência. A data da 70° edição foi divulgada também nesta quinta-feira. O evento ocorrerá entre os dias 1º e 17 de novembro de 2024, na Praça da Alfândega.