O Porto Alegre em Cena divulgou, nesta segunda-feira (9), a lista das 10 atrações locais selecionadas para a 28ª edição do festival, um dos mais tradicionais do país. O evento ocorrerá de 19 a 31 de outubro, em formatos online e presencial. Cinco propostas artísticas do Rio Grande do Sul foram selecionadas para cada uma das seguintes modalidades: performances urbanas e performances digitais.
O POA em Cena também conta, tradicionalmente, com espetáculos internacionais e nacionais (de fora do Rio Grande do Sul). Para a edição 2021, já havim sido divulgadas as participações da videoinstalação espanhola Museu da Ficção I: Império, criada por Matías Umpierrez, e a intervenção urbana Entidades, de Jaider Esbell, artista, escritor e produtor cultural indígena da etnia Makuxi, natural de Roraima.
Para o segmento local, das atrações do RS, foram mais de 90 projetos inscritos desde a abertura das candidaturas, em julho. A alta qualidade das performances sugeridas foi vista como uma conquista pela organização do festival.
— Foram trabalhos de altíssimo nível. O volume e a procura nos enchem de esperança e temos cada vez mais certeza de que estamos no caminho certo ao realizar o festival mesmo nesses tempos — afirmou Fernando Zugno, diretor-geral do evento, citado no material de divulgação.
A seleção dos projetos locais ficou a cargo de profissionais do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do RS (SATED/RS), de coordenadores de cursos do Departamento de Arte Dramática da UFRGS e da coordenação de Teatro da UERGS. Luciana Eboli (DAD/UFRGS), Henrique Saidel (DAD/UFRGS), Yara Deodoro (Porto Alegre em Cena), Raquel Kubeo (Porto Alegre em Cena), Luciano Fernandes (Sated/RS), Tatiana Cardoso (UERGS) e Diego Ferreira (UERGS) são os nomes por trás das escolhas que serão vistas pelo público em outubro.
Em razão das restrições impostas pela pandemia, a arte invadirá as ruas e as casas da capital gaúcha com intervenções que poderão ser apreciadas de forma segura: de dentro das residências, no caso das performances digitais, ou das janelas, do trânsito e do caminhar pelos locais públicos por onde o festival passará, no caso das performances urbanas. O objetivo é, mesmo em tempos sombrios, aproximar artistas e público.
Os selecionados da modalidade performances urbanas receberão auxílio de R$10 mil, para duas apresentações presenciais. Já os integrantes dos trabalhos apresentados em formato virtual serão contemplados com R$ 3 mil, para veiculação única. A realização do festival é da Prefeitura de Porto Alegre, por meio da Secretaria Municipal da Cultura.
Abaixo, conheça as performances artísticas locais que integrarão o 28º Porto Alegre em Cena, de 19 a 31 de outubro:
Performances urbanas
"Respira Não Pira" (NIC Mulheres Palhaças)
Realizada pelas sete integrantes do grupo NIC Mulheres Palhaças, trata-se de uma performance/passeio que visará a promover trocas e conexões com as pessoas da cidade, visando à interação com os espaços e as gentes. A experiência será aberta ao público, com foco na presença, no jogo sensível e no lúdico da palhaçaria.
"Bando" (Máscara EnCena)
Proposta pelo grupo Máscara EnCena, a intervenção ocorrerá como um cortejo centrado em figuras híbridas de pombos-correios, apresentados como o bastião da resistência poética em tempos de pandemia. Atores e atrizes completam a ação performática com o uso de máscaras animalescas.
"Kuumba: Criatividade, Encontros e Afetos " (Mayura Matos)
Proposta por Mayura Matos, inspirada em Azoilda Trindade, a performance-instalação visará a difundir, de maneira poética, ética e estética, os valores civilizatórios afro-brasileiros.
"Anatomia Temporária " (Projeto Epiceno)
Vertente do Projeto Epiceno, trata-se de uma experimentação de intersecção de linguagens entre circo, dança e performance.
"Voluntários da Pátria" (Teatro Inventário)
Proposta inédita de performance urbana, Voluntários da Pátria ocorrerá em formato de desfile noturno luminoso pelo Quadrilátero Central de Porto Alegre (que liga as vias Salgado Filho, Marechal Floriano Peixoto, Voluntários da Pátria e Doutor Flores). Os artistas do Teatro Inventário, grupo proponente, representarão alegorias de esperança e celebração da vida, portando-se como entidades protetoras daqueles que desbravam a rua em sua rotina.
- Suplentes
Projetos Ofélia Ofélias, Itinerários Imagem e Habite-me.
Performances digitais
"A Última Negra" (Coletivo Projeto GOMPA)
O espetáculo virtual se propõe a refletir como seria ser a última pessoa negra no Brasil. Parte dos questionamentos e provocações dramatúrgicas da atriz gaúcha Hayline Vitória e do professor, ator e dramaturgo Pedro Bertoldi. A proposta é do Coletivo Projeto GOMPA.
"Sr. Esquisito" (Arlete Cunha, Rodrigo Vrech e Evandro Soldatelli)
Com direção de Arlete Cunha, Rodrigo Vrech e Evandro Soldatelli, a peça aborda a dualidade de "ser normal" e o "não ser tão normal assim" – sobre os olhares que nos julgam, mas, também, sobre as esquisitices particulares que nos fazem ser únicos.
"Co Ês" (Rui Moreira Cia. de Danças)
Co Ês ("com eles") é uma contação de história através dos gestos. A performance se construirá a partir das fantasias e memórias de um viajante – um andarilho, um "andançarino" –, que são visualizadas em diversas situações do cotidiano. A proposta é da Rui Moreira Cia de Danças.
"De la Mancha" (Rococó Produções Artísticas e Culturais)
Livremente inspirado no clássico Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes, o espetáculo da Rococó Produções Artísticas e Culturas mesclará técnicas de teatro, contação de histórias, canto, dança, música, manipulação de bonecos e teatro de sombras.
"Quase Corpos" (Ói Nóis Aqui Traveiz)
Trata-se de uma adaptação livre da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz para a peça A Última Gravação de Krapp, de Samuel Beckett, escrita em 1958. A obra mostra o confronto de um homem de 69 anos com seu passado, quando ainda era relativamente jovem. A interpretação do personagem será de Paulo Flores, um dos fundadores do grupo teatral.
- Suplentes
Performances Páginas Amarelas, Vernix e Entre.