A apresentação do espetáculo Revolução Farroupilha, uma História de Sangue e Metal deste sábado (1º) à noite foi cancelada devido ao mau tempo. Por isso, a organização do musical decidiu abrir uma sessão extra neste domingo (2).
Além da sessão já marcada para as 20h, haverá outra às 19h, ambas na Orla Moacyr Scliar, à beira do Guaíba, em Porto Alegre, e com entrada franca.
Projeto vencedor de um edital da Câmara de Vereadores em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, a montagem com direção-geral de Clóvis Rocha reúne um grupo heterogêneo de artistas das áreas de teatro, dança, circo e música para recontar o episódio histórico que entrou para o imaginário do Rio Grande do Sul.
A dramaturgia foi adaptada do livro Revolução Farroupilha, de Luiz Coronel, com ilustrações de Danúbio Gonçalves, conforme exigência do edital de R$ 350 mil, marcado por polêmicas no meio cultural.
Como foi a estreia
O público reduzido foi ganhando corpo com o início da sessão, às 20h25min, nesta sexta-feira (30). Os espectadores assistiram em pé, sentados no chão, na arquibancada da nova orla ou em cadeiras de praia que trouxeram. Os convidados da produção foram acomodados em uma área reservada perto do palco, com cadeiras de plástico.
Enquanto se apresentavam os diferentes núcleos artísticos, acompanhados de uma banda ao vivo ou de música gravada, alternadamente, um telão ilustrava as cenas com obras de Danúbio Gonçalves, imagens e fotos. A ideia de uma "ópera-rock", debatida durante o período de abertura do edital, deu lugar ao conceito de um espetáculo musical, com trilha eclética assinada por João Maldonado.
Os mestres de cerimônia foram o ator Rossendo Rodrigues e a atriz e cantora Valéria Houston, que narraram os episódios representados ou coreografados no palco. Um dos momentos mais intensos emocionalmente foi a cena dirigida por Jessé Oliveira que representou o Massacre de Porongos, na qual atores negros bradaram uma versão diferente do Hino Rio-Grandense: "Povo que é lança e virtude / A clava quer ver escravo".
Outro momento que empolgou o público foi a música Origens, tema do programa Galpão Crioulo, entoado por Ernesto Fagundes, a penúltima atração da montagem, que foi encerrada com o jovem guitarrista Erick Endres tocando o Hino Rio-Grandense em alusão à versão de Jimi Hendrix para o hino dos Estados Unidos.