O cineasta Fábio Barreto morreu na noite desta quarta-feira (20), no Rio de Janeiro, aos 62 anos. Diretor de filmes como "Bye, Bye Brasil", "Lula, o Filho do Brasil" e "O Quatrilho", baseado no livro do autor gaúcho José Clemente Pozenato e que concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 1996, ele estava internado no Hospital Samaritano, na capital fluminense. A causa da morte não foi divulgada. Ele estava em coma desde 2009.
Em sua trajetória, estão a direção de 13 filmes, dois seriados e dois curtas. Relembre abaixo as obras de Fábio, que é irmão do também cineasta Bruno Barreto:
A História de José e Maria (1977) e Mané Garrincha (1978)
Estrelado por sua primeira esposa, Marcia Barreto, o curta A História de José e Maria tinha 12 minutos e foi a primeira produção assinada por Fábio. Um ano depois, ele produziu um documentário de mesma duração sobre o jogador Mané Garrincha. Este último era uma espécie de continuação de Garrincha, Alegria do Povo (1962), produzido por seu pai Luiz Carlos.
Filmando Bye Bye Brasil (1979)
Durante as gravações de Bye Bye Brasil, de Cacá Diegues, Barreto registrou os bastidores neste filme. Em Filmando Bye Bye Brasil, o público relembra as filmagens pela Transamazônica, depoimentos dos atores e uma entrevista com o próprio Diegues.
Índia, a Filha do Sol (1982)
Baseado em um conto de Bernardo Élis, o longa-metragem acompanha um homem branco que se apaixona por uma bela índia em um local de extração de diamantes em Goiás. O filme é estrelado por Nuno Leal Maia e Glória Pires.
Rei do Rio (1985)
História de dois bicheiros rivais (vividos por Nuno Leal Maia e Nelson Xavier) na disputa pelo controle do jogo no submundo carioca. O filme é baseado em O Rei de Ramos de Dias Gomes e inicia sua trama durante o golpe militar de 1964.
Luzia Homem (1988)
Filmado no interior do Ceará, o longa-metragem relata a vida de Luzia (Claudia Ohana) que presencia a morte dos pais e é criada por vaqueiros da região. Ao se tornar adulta, procura vingar a morte dos pais, mas acaba se apaixonando.
Lambada (1991)
O filme foi uma coprodução entre Brasil e Itália, em que narra a história de amor de Michael (Andrew J. Forest), diretor de uma produtora americana, pela carioca sensual Regina (Via Negromonte).
O Quatrilho (1995)
Baseado no livro homônimo de José Clemente Pozenato, a história se passa em uma comunidade rural do Rio Grande do Sul, em 1910, onde dois casais amigos decidem morar na mesma casa para sobreviver. Com a convivência, a esposa (Patricia Pillar) de um deles (Alexandre Paternost) se interesse pelo marido (Bruno Campos) da outra (Glória Pires). O longa foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1996 e foi filmado na região de Antônio Prado.
Bela Donna (1998)
Em uma coprodução Brasil e EUA, o longa é baseado no romance Riacho Doce, de José Lins do Rego. Na década de 1930, um casal de estrangeiros chega ao Brasil para viver no Ceará e, lá, a mulher Donna se apaixona por um pescador.
Você Decide (1998) - série
A produção, sucesso na grade da Globo, teve o episódio Amor ou Justiça? dirigido por Barreto.
A Paixão de Jacobina (2002)
Estrelado por Letícia Spiller e Thiago Lacerda, o filme rodado em Sapiranga, no Vale do Sinos, acompanha Jacobina Mentz, que alega ter poderes mediúnicos e lidera uma seita messiânica. O grupo passa a ser perseguido por fazendeiros locais. A produção é baseada em fatos reais e no romance Videiras de Cristal, de Luiz Antônio Assis Brasil.
Nossa Senhora de Caravaggio (2006)
A partir da primeira aparição da Virgem Maria, em 1432, no norte da Itália, o filme se propõe a debater a influência das procissões em uma família em crise.
Grupo Corpo 30 Anos - Uma Família Brasileira (2007)
O documentário mostra o processo de criação da iniciativa, que reúne 5 irmãos em torno do sonho de criar uma companhia de dança contemporânea brasileira, o Grupo Corpo.
Donas de Casa Desesperadas (2007) - série
Versão brasileira de Desesperate Housewives, a série exibida na RedeTV! ganhou atenção ao ter três episódios dirigidos por Barreto.
Lula, o Filho do Brasil (2010)
Baseado em livro homônimo da jornalista Denise Paraná, Lula, o Filho do Brasil percorre a trajetória de Lula desde a infância, saindo de Caetés (PE) com a mãe Lindu (Glória Pires) e irmãos, rumo a Santos (SP). Lá, o filme mostra o envolvimento do ex-presidente com o sindicalismo.
O longa foi lançado no último ano do mandato do presidente petista e foi criticado como uma obra eleitoreira na época. Ainda em 2010, durante a eleição que levaria Dilma ao poder, o título foi escolhido para representar o Brasil no Oscar. Na época, Roberto Farias, presidente da Academia Brasileira de Cinema, afirmou que a escolha havia sido uma coincidência e que não tinha nada a ver com a eleição, mas a decisão foi bastante criticada por cineastas, incluindo Fernando Meirelles, de Cidade de Deus.