Fábio Barreto, 62 anos, morreu na noite desta quarta-feira (20), no Rio de Janeiro. O diretor de filmes como Lula, o Filho do Brasil e O Quatrilho sofreu um acidente de carro em dezembro de 2009 na capital fluminense e, desde então, estava em coma. A informação foi confirmada pelo jornal O Globo e pela filha de Barreto à Marie Claire. A causa da morte não foi divulgada.
Segundo Júlia Barreto, filha do cineasta, ele estava internado no Hospital Samaritano e o velório será na sexta-feira (22) de manhã, seguido de cremação à tarde.
Fábio chegou a sair do hospital em março deste ano para continuar o tratamento em casa.
Ele deixa quatro filhos.
História
Nascido em 6 de junho de 1957, Fábio Barreto era filho dos produtores Luiz Carlos e Lucy, além de ser irmão do cineasta Bruno Barreto. Em sua carreira, dirigiu 13 filmes - o primeiro deles foi Índia, a filha do sol, com Gloria Pires, em 1984.
No entanto, dois longas chamaram a atenção em sua trajetória. O Quatrilho, lançado em 1995, foi o segundo filme brasileiro a ser indicado ao Oscar na categoria Melhor Filme Estrangeiro. A produção se passa no início do século 20, numa comunidade rural do Rio Grande do Sul. As filmagens movimentaram a cidade de Antônio Prado.
Outra produção que se destacou em seu currículo foi Lula, O Filho do Brasil, em 2010, baseado no livro homônimo de Denise Paraná. O longa-metragem estrelado por Rui Ricardo Dias e Glória Pires relata a vida do ex-presidente na época do sindicalismo. O filme foi produzido em 2009, mas lançado em 2010, quando Fábio já estava em coma.
Em 19 de dezembro de 2009, Fábio sofreu um acidente de carro em Botafogo, no Rio de Janeiro. Após a terceira tentativa frustrada de embarcar para o Piauí, ele voltava dirigindo para casa e iria passar o Natal com a mulher e com um dos quatro filhos em Teresina. Não conseguiu voo. O cineasta chegou ao hospital entre a vida e a morte.
Em três meses de internação, passou por cirurgias, deu sinais de recuperação, mas, até hoje, não havia acordado. Foi para casa em março de 2010, alimentado por sonda e sem se mexer. Ao ser levado para casa, passava muitas horas com os olhos abertos, reagindo de diferentes maneiras aos filhos, à mulher e aos pais, mas não interagia com o mundo exterior.