A fachada branca da Fundação Iberê, em Porto Alegre, ficou colorida na noite deste domingo (28). Para celebrar os 15 anos do icônico prédio assinado pelo arquiteto português Álvaro Siza, 70 obras artísticas foram projetadas na parte externa, chamando atenção de quem passou pela Avenida Padre Cacique entre 19h e 21h45min.
Graciela Mankowski, 37 anos, e João Pedro Goulart, 30, registraram o momento com seus celulares. Eles moram na Cidade Baixa e têm o hábito de andar de bicicleta na orla do Iberê no final da tarde, mas adiaram a pedalada para assistir às projeções.
— Soubemos dessa atividade por uma matéria de GZH, inclusive — contou João Pedro. — Ela (Graciela) sugeriu virmos nesse horário e valeu a pena, está muito legal — completou.
— Estou sem palavras para isso aqui. Olha que coisa mais linda — disse Graciela, apontando para a projeção de um desenho de Iberê Camargo.
Além do patrono da Fundação Iberê, tiveram suas obras projetadas artistas como André Ricardo, Arnaldo de Melo, Daniel Melim, Eduardo Haesbaert, Lucas Arruda, Maria Lídia Magliani, Santídio Pereira e Xadalu. Também foram expostas tramas de Berenice Gorini, Luiz Gonzaga, Jussara Cirne de Souza, Nelson Ellwanger, Salomé Steinmetz e Yeddo Titze, artistas que participaram, em 2022, da mostra coletiva Trama: Arte Têxtil no Rio Grande do Sul.
As obras dos artistas impressionaram o assistente administrativo Lucas Santos, 28 anos, que ficou surpreso ao se deparar com a Fundação iluminada. O trajeto não é comum a ele, que mora na Zona Leste e não costuma passar pela Padre Cacique.
Quando passa, o que vê é a também chamativa alvura da parte externa da Fundação Iberê — que sempre lhe despertou curiosidade, mas onde ele nunca entrou. Neste domingo, a vontade de conhecer o interior da instituição aumentou para o jovem.
— É algo bem diferente do que a gente está acostumado a ver quando passa por aqui. Achei inovador — avalia o assistente administrativo. — Nunca tive oportunidade de entrar. Agora, depois de ver essas obras, vou me agilizar para conhecer.
Exposições
As obras escolhidas para compor o acervo de projeções são uma espécie de cartão de visitas da Fundação Iberê. Os trabalhos selecionados servem como uma síntese do que foi exposto na instituição nos últimos dois anos.
Do início de maio até 30 de julho, a instituição recebe a exposição O Estranho Desaparecimento de Vera Chaves Barcellos, com três de seus quatro andares ocupados por obras que marcam as seis décadas de carreira da artista porto-alegrense. No quarto piso, a fundação apresenta uma seleção de desenhos de Iberê Camargo curados por Vera.
A Fundação Iberê pode ser visitada de quinta a domingo, das 14h às 18h. Às quintas, a entrada é gratuita. De sexta a domingo, os ingressos custam R$ 20 (individual) ou R$ 30 (duas pessoas) e estão à venda no Sympla.