Depois de aquecer uma noite fria em 2022 com o calor humano de 180 mil pessoas, a Noite dos Museus volta neste sábado (20) para a sua sétima edição, oferecendo uma programação com 16 instituições participantes, além de mais de uma centena de atrações culturais. O evento é gratuito e tem como objetivo democratizar a arte, prometendo uma grande festa em celebração à cultura, entre as 19h e a meia-noite, pelas ruas de Porto Alegre.
Neste ano, retornam 13 locais que já fizeram parte do projeto: o Centro Histórico-Cultural Santa Casa, a Cinemateca Capitólio, o Espaço Força e Luz, a Galeria de Arte do Dmae, o Instituto Goethe, o Museu da Brigada Militar, o Museu da UFRGS, o Museu de Arte do Paço Municipal de Porto Alegre, o Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo, o Museu Militar do Comando Militar do Sul, o Palácio Piratini, a Pinacoteca Ruben Berta e o Planetário da UFRGS.
Somam-se outras três instituições que fazem as suas estreias na Noite dos Museus: o Theatro São Pedro, o Centro Cultural da UFRGS e a Fundação Ecarta.
Estes espaços reunidos serão os protagonistas do evento, após a saída de cinco locais, todos ligados à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) — entre eles, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) e a Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), que reuniram grande público nas edições anteriores.
— A saída dos espaços ligados à Sedac não diminui o evento. A cultura não é restrita, não é ditada por cinco espaços. Ela é muito mais do que isso. E a gente está muito feliz porque os espaços que estão participando entendem a proposta perfeitamente, que é democratizar a cultura. O movimento de descentralização é ótimo, pois vai valorizar outras instituições maravilhosas que temos na cidade — afirma Rodrigo Nascimento, CEO da Rompecabezas, agência idealizadora da Noite dos Museus.
Com a proposta de facilitar o acesso do público, diminuindo as longas filas, que eram alvo de reclamações nas edições anteriores, a organização do evento está trabalhando neste ano com agendamentos prévios. A Noite dos Museus oferece opções de visitas livres e guiadas, com interpretação em Libras — esta última categoria, porém, já está esgotada. Os ingressos podem ser resgatados pela plataforma Sympla. A exceção é o Palácio Piratini, que possui seu próprio sistema de ingresso no local.
Além dos museus
Tanto nas ruas quanto nas instituições, o público encontrará artistas que fazem parte da cena cultural da Capital, bem como atrações vindas de outras cidades do Rio Grande do Sul, sessões de cinema, trechos de espetáculos teatrais e de dança, roda de slam e parcerias inéditas entre músicos. Serão oferecidos shows de variados estilos musicais, passando pelo jazz, pelo blues, pela música nativista e pelo rock. Haverá ainda programações infantis e um show surpresa de uma atração internacional.
O público poderá conferir a inauguração de uma fotogaleria em homenagem a Porto Alegre, que ficará permanentemente nos Jardins do Dmae. A exposição foi concebida coletivamente através de um edital público lançado pela Noite dos Museus e conta com 30 trabalhos de fotógrafos locais que registraram pessoas e paisagens urbanas da Capital.
O evento, de acordo com os organizadores, terá reforços na segurança, com 130 soldados da Brigada Militar, 150 agentes de segurança privada, além de efetivo da Guarda Municipal no entorno dos espaços participantes e dos palcos no Centro. Para a limpeza, haverá empresas especializadas contratadas e a participação de agentes do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) — no total, serão disponibilizados 150 banheiros químicos. Para auxiliar o público, foram ainda contratados 50 monitores. Estas melhorias buscam sanar os pontos negativos das edições passadas do evento.
Nascimento acredita que todos estes fatores somados minimizem a ausência das instituições da Sedac e colaborem para cinco horas de celebração à cultura:
— Vamos ver se o tempo também nos ajuda. Aparentemente, não vai chover e vamos ter um clima ameno, ao contrário do ano passado, que foi muito frio. Neste ano, também, a gente está com uma estrutura muito legal, não economizamos para este que é um dos maiores eventos do Brasil.
O organizador ainda aponta que o público está sendo conscientizado para colaborar em relação ao descarte de lixo e na preservação das instituições e das obras. De acordo com o CEO da Rompecabezas, o sucesso do evento depende da sociedade.
— As pessoas são coadjuvantes do evento. Então, a gente está justamente convidando elas a colaborar. Pretendemos, inclusive, atender o público espontâneo (que não reservou entradas antecipadamente), que é a maioria, orientando a resgatar os ingressos nos espaços. É um trabalho em conjunto. E a nossa expectativa é muito positiva, porque a gente vê que as pessoas estão felizes e engajadas nas redes sociais — aponta Nascimento.
Segundo ele, o evento deste ano não deve contar com a mesma efervescência do ano passado, em que as pessoas estavam ansiosas para sair de casa, depois de dois anos de pandemia. Mesmo assim, ele aposta em uma noite memorável para a cultura da Capital. E, para o ano que vem, o organizador do evento promete uma reformulação do projeto, além de destacar que está "de coração aberto" para voltar a firmar parceria com a Sedac.