Ativistas ambientais jogaram sopa de tomate na famosa pintura Girassóis, de Vincent van Gogh, na Galeria Nacional de Londres, no Reino Unido, nesta sexta-feira (14), exigindo que o governo britânico suspenda novos projetos de extração de petróleo e gás. Pintada em 1888 pelo mestre impressionista holandês, o quadro está avaliado em US$ 84,2 milhões.
Pouco depois das 11h, hora local (7h no horário de Brasília), duas ativistas do grupo de desobediência civil Just Stop Oil jogaram duas latas de sopa da marca Heinz na tela, que é protegida por vidro, e em parte de sua moldura dourada, como mostrado no vídeo acima.
Com esta ação, a Just Stop Oil procurava exigir que o Executivo britânico suspendesse todos os novos projetos de exploração de hidrocarbonetos no país, disse a organização ambientalista em comunicado pouco depois. Depois de jogar a substância grossa, as duas ativistas se ajoelharam em frente à obra e se colaram na parede da galeria de arte.
"O que vale mais, arte ou vida? Vale mais do que comida? Do que Justiça? Vocês estão mais preocupados com a proteção de uma pintura ou a proteção do planeta e das pessoas? A crise do custo de vida é parte da crise do custo do petróleo. Combustíveis não são inacessíveis a milhões de famílias famintas e com frio. Elas não podem sequer aquecer uma lata de sopa", falou ao público uma das manifestantes após o ato.
Os seguranças do museu chegaram logo depois e levaram os visitantes para fora da sala 43, onde o trabalho está em exibição. A Scotland Yard (sede da polícia metropolitana de Londres) anunciou que seus "oficiais correram rapidamente para o local na National Gallery nesta manhã depois que duas manifestantes da Just Stop Oil jogaram uma substância em uma pintura e depois se colaram em uma parede". "As duas foram presas por danos criminais e invasão agravada", afirmou a polícia no Twitter.
Girassóis é a segunda obra mais famosa de Van Gogh atacada pela Just Stop Oil. Dois ativistas atingiram a pintura de 1889 Pessegueiro em Flor na Courtauld Gallery, em Londres, no final de junho.
Cada vez mais questionada por suas decisões políticas, econômicas e ambientais, a nova primeira-ministra conservadora britânica, Liz Truss, nomeada em 6 de setembro como sucessora do controverso Boris Johnson, anunciou dois dias depois o fim de uma moratória sobre fraturamento hidráulico no Reino Unido.
Além de permitir esse polêmico método de extração de combustíveis fósseis, até então proibido no país, Truss também anunciou o aumento das licenças para extração de petróleo e gás no Mar do Norte, entre suas medidas para combater a crise energética.