O bilionário norte-americano Michael Steinhardt, 80 anos, famoso colecionador de arte antiga, devolveu 180 obras que haviam sido roubadas de 11 diferentes países do globo nas últimas décadas, conforme informado pela Justiça de Nova York na segunda-feira (6). Os artefatos que estavam sob a posse ilegal de Steinhardt são avaliados em US$ 70 milhões — cerca de R$ 400 milhões na cotação atual.
O acordo firmado entre o colecionador e as autoridades, resultado de quatro anos de investigações, permitirá que ele escape de um julgamento e de uma possível condenação, uma vez que aceitou devolver os itens. Ainda assim, o bilionário está proibido judicialmente de comprar obras de arte e antiguidades.
Em nota, o promotor Cyrius Vance, responsável pelo caso, denunciou "o apetite voraz há anos de Michael Steinhardt por objetos saqueados, sem se preocupar com a legalidade de suas ações, nem com a legitimidade das peças que comprava e vendia, nem com a gravidade dos danos culturais perpetrados em todo o mundo". Vance também acusou o colecionador de não respeitar nenhuma "fronteira geográfica ou moral" e de se apoiar em "traficantes de antiguidades, chefes do crime organizado e de lavagem de dinheiro e ladrões de tumbas para aumentar suas coleções".
Com uma fortuna que chegaria a US$ 1,2 bilhão, conforme a revista Forbes, Steinhardt enriqueceu graças a um fundo especulativo. Renomado no meio dos colecionadores, ele inclusive tem seu nome gravado em uma galeria do Museu Metropolitano de Arte (MET), em Nova York, uma das mais importantes instituições de arte do mundo.
De acordo com o promotor do caso, as 180 obras de arte devolvidas — entre elas um vaso grego com cabeça de veado datado de 400 a.C., avaliado em US$ 3,5 milhões, e uma pequena urna da Grécia antiga de 1.400-1.200 a.C., de US$ 1 milhão — "serão devolvidas o mais rápido possível aos seus legítimos proprietários em 11 países".