Desde 2016, devido a uma crise financeira, a Fundação Iberê Camargo (FIC) estava aberta para visitação apenas dois dias por semana. Sinalizando uma retomada, a partir desta semana o espaço cultural passa a receber o público de quarta a domingo, das 14h às 19h, com último acesso às 18h30min. Às segundas e terças, funcionará apenas com agendamento de escolas e grupos, como já vinha ocorrendo nos dias fechados ao grande público.
– Tudo começou no ano passado, com um movimento em que envolvemos a comunidade de Porto Alegre. A diretoria e o conselho da Fundação tomaram a frente de atividades como um grande jantar que reverteu em um valor que nos deu a oportunidade de, ao menos, equilibrar as contas – diz o diretor-superintendente da FIC, Emilio Kalil, que assumiu em maio de 2018 com a missão de dar um novo rumo à instituição.
Também na quarta (10), haverá a entrega oficial do novo mobiliário na parte externa, com mesas longas e bancos, e a inauguração de um projeto-piloto para uma estação de aluguel de bicicletas elétricas, que fará companhia à estação de bikes convencionais já disponível.
Às 18h, haverá o lançamento do primeiro número da Carretel, revista trimestral com informações sobre as atividades da instituição e outros conteúdos culturais.
Assim, a FIC pretende voltar a ser um ponto de referência de Porto Alegre também durante a semana. O café e o estacionamento funcionarão de quarta a domingo, do meio-dia às 19h. Já a passagem subterrânea do estacionamento estará aberta para os pedestres atravessarem a Avenida Padre Cacique a pé todos os dias, das 8h às 20h.
A EPTC confirma a existência de um projeto para a instalação de semáforo e faixa de pedestres na altura do museu, ainda sem data para execução.
Realizado em novembro passado, um jantar-leilão que reuniu mais de 700 pessoas na Casa NTX angariou cerca de R$ 2,5 milhões para a FIC, valor que inclui a venda de 13 obras, doações e o lançamento do Clube Iberê, reunindo pessoas físicas apoiadoras. Com a manutenção de patrocinadores institucionais e a chegada de novos, a Fundação poderá captar até R$ 8 milhões pela Lei Rouanet para seu plano de atividades em 2019.
– A meta é R$ 8 milhões, mas se vamos alcançar 100% da meta eu não sei. Se obtivermos 50%, eu diria que já é um início espetacular em relação à situação em que estávamos – projeta Kalil.
Ao mesmo tempo, a FIC estuda formas de reduzir a despesa anual de custeio, hoje em torno de R$ 3,5 milhões. Uma delas é a instalação de um sistema de captação de energia solar que deverá praticamente zerar a conta de luz, na estimativa da instituição, representando uma economia anual de quase R$ 1 milhão.
Neste ano, a Fundação receberá mostras de importantes nomes da arte no Brasil e no mundo. A próxima atividade é a FestFoto 2019, de 27 de abril a 26 de maio. A partir de 11 de maio, estará aberta para visitação a escultura Spider, uma aranha de bronze com três metros de altura criada pela francesa Louise Bourgeois (1911-2010) e pertencente à Coleção Itaú Cultural. Antes exposta no Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo, a obra participa de uma itinerância por diferentes cidades. Também haverá exposições de Daniel Senise, José Bechara, Vik Muniz e Artur Lescher.
Dentro do objetivo de se aproximar da comunidade, a Fundação é uma das seis novas organizações selecionadas em edital da prefeitura para realizar atividades nos turnos inversos de escolas municipais.
– A Iberê é uma instituição importante e vai continuar funcionando como tal, mas temos cada vez mais a preocupação de estar disponível para a comunidade. Uma forma é atender escolas públicas que, em certos casos, não têm condições de ir até lá – diz Kalil.