Pelo segundo dia consecutivo, o Rio Grande do Sul registrou, nesta quarta-feira (3), mais de 100% de ocupação geral de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Durante a tarde, o indicador chegou a 101,5%, o que indica que havia mais pacientes internados em UTIs públicas e privadas, inclusive devido à covid-19, do que o número total de leitos oficialmente abertos.
Às 18h, sete regiões do Estado apresentavam superlotação nas UTIs. Estavam nessa situação as áreas de Porto Alegre, Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Capão da Canoa, Lajeado, Santa Cruz do Sul e Palmeira das Missões.
No mesmo horário, o painel de hospitalizações do governo do Estado mostrava 132,3% de ocupação dos leitos privados. Além dos 710 leitos privados originais, havia outras 229 pessoas em atendimento intensivo.
Já na realidade das UTIs do Sistema Único de Saúde (SUS), no mesmo horário, a situação era melhor: havia 2.006 leitos ocupados, de um total de 2.197 disponíveis.
— Se considerarmos que a rede privada já está com 130% de lotação, eu poderia dizer que, sim, que existe uma situação de colapso. E, na rede SUS, há uma situação de muita gravidade — explicou o diretor de Auditoria da Secretaria Estadual da Saúde, Bruno Naundorf.
Apesar de o somatório estadual mostrar que ainda há vagas de UTI na rede pública, há cidades, como Porto Alegre, que já enfrentam a falta de oferta desses leitos e mantêm lista de espera para pacientes.
Na prática, a superlotação significa que há pacientes sendo atendidos em UTIs com algum grau de improvisação. O Estado já ativou, desde a última semana, o último nível do plano de contingência, com pedido para que os hospitais instalem leitos de atendimento intensivo fora dos espaços originalmente previstos para as UTIs.