Principal jornal dos Estados Unidos e um dos mais influentes do mundo, The New York Times traz na capa de sua edição online, nesta quarta-feira (3), uma extensa reportagem sobre o grave estado da pandemia de covid-19 no Brasil. O título do texto afirma: "A crise no Brasil é um alerta para o mundo inteiro, dizem cientistas".
A reportagem afirma que, enquanto outros países duramente atingidos pelo coronavírus estão dando passos rumo à aparente normalidade, o Brasil enfrenta número crescente de mortos e um sistema de saúde à beira do colapso.
Estudos preliminares sugerem que a variante P2, que varreu a cidade de Manaus, não só é mais contagiosa como parece capaz de infectar algumas pessoas que já se recuperavam de versões anteriores do vírus. O que preocupa ainda mais os cientistas é o fato de que a nova cepa já ultrapassou as fronteiras brasileiras, tendo sido identificada em pelo menos duas dezenas de nações - inclusive nos Estados Unidos. Há dois dias, a imprensa britânica publicou reportagens informando como a variante brasileira, localizada já no país, pode colocar em risco a saída do lockdown.
Embora teste com vacinas indiquem que os produtos podem proteger contra estágios mais graves de covid-19, a maior parte do mundo não foi imunizada. Isso significa que, mesmo pessoas que se recuperaram e pensaram estar seguras, por enquanto, ainda podem estar sob risco.
- Você precisa de vacinas para atrapalhar essas coisas - diz William Hanage, epidemiologista de Harvard, ao jornal. A imunidade que se obtém, mesmo quando os cemitérios ficam sem espaço, mesmo isso não será suficiente - completou.
O perigo das novas variantes preocupa os cientistas. Rochelle Walensky, diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), reafirma ao Times a necessidade de as nações não baixarem a guarda:
- Por favor, ouçam-me claramente: Nesse nível de casos com propagação de variantes, podemos perder completamente o terreno conquistado até agora com tanto esforço.