Nesta terça-feira (21), o governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite anunciou um novo modelo de combate ao coronavírus no Estado. Chamado de "distanciamento controlado", ou "sustentável", ele tem como objetivo retomar as atividades de forma gradual. Entenda como ele funcionará:
Distanciamento controlado
O que é: a nova estratégia de distanciamento social que será adotada no Rio Grande do Sul a partir do dia 1º de maio.
Como vai funcionar
O novo modelo será definido por:
- Região
- Setor da economia
Os dados dessas duas dimensões serão cruzados para determinar, de forma regionalizada, o risco epidemiológico de cada atividade. A partir daí, será estabelecido o nível de restrição.
Quais os critérios
Os critérios para estabelecer o risco de transmissão e a relevância econômica serão definidos pelas secretarias de Planejamento e de Saúde.
- Risco de transmissão: poderá ser medido, por exemplo, pela quantidade de circulação de pessoas nas unidades, pela aglomeração no ambiente de trabalho ou pela natureza da atividade.
- Importância econômica: poderá ser definida, por exemplo, pela quantidade de funcionários, pela contribuição para o PIB e para a arrecadação do Estado.
Depois disso, será estabelecida a estratégia para cada setor, por região, podendo ocorrer a liberação total, a liberação com restrições ou a não liberação.
O que será feito depois?
Na sequência, serão definidos protocolos a serem seguidos por setor, que serão informados à população para que ajude a evitar o aumento da transmissão do vírus.
Os protocolos definirão que medidas deverão ser adotadas para reduzir as chances de propagação, como triagem de temperatura, obrigatoriedade de uso de máscaras, etc.
Quanto menor o risco, menores as restrições de funcionamento e os cuidados exigidos.
O status poderá ser alterado, conforme a evolução das estatísticas.
Quando começa a valer
Será adotado a partir do dia 1° de maio em todo o Estado.
O que ainda falta definir
Falta detalhar os critérios e os indicadores que serão usados. O governo pediu aos integrantes do Conselho de Crise (empresários, representantes de universidades, hospitais e entidades, chefes de outros poderes) para que enviem sugestões até quinta-feira (23).
A proposta final será apresentada em 28 de abril.
Vai dar certo?
É difícil prever. Dependerá do rigor dos dados e da qualidade do monitoramento, além da capacidade de engajamento e da conscientização da população.
Segundo o governo, será possível adotar esse modelo com segurança a partir do dia 1º porque já há histórico do comportamento do vírus no RS, base de dados confiável (incluindo a pesquisa sobre a prevalência do vírus liderada pela Universidade Federal de Pelotas) e um novo sistema de controle de leitos, envolvendo cerca de 300 hospitais.