Mais de 300 metros acima do nível do mar, entre elos de metal presos ao corpo e asas encaixadas milimetricamente, acontece a primeira decolagem do dia. Cedo da manhã, o homem de cabelo pelos ombros e sotaque carregado pede ajuda para erguer o parapente, uma estrutura sem motor guiada pelos ventos. Para que a viagem seja duradoura, ele precisa de intervenção superior — em múltiplos sentidos. O piloto é estrangeiro, como o sotaque carregado denuncia, e escolheu voar para fugir da rotina.
— Qual teu nome, irmão? — questiona o repórter, tentando quebrar o gelo.
— Não posso dizer, minha esposa não sabe que estou aqui — responde o europeu, que saiu de casa para comprar pão, garantindo a gargalhada de todos no campo de voos.
Relaxar no litoral? Não, obrigado. Uma turma que vive na região das praias ou pega a estrada pensando em fugir dos momentos de ócio tem opções variadas na costa do Estado. GZH conheceu três passeios no Litoral Norte que prometem — e entregam — muita adrenalina: um voo de parapente sobre as lagoas de Osório, uma aventura em quadriciclos pelos cânions de Morrinhos do Sul e um salto de paraquedas em Torres, a partir de um monomotor de quatro lugares.
Medo de altura? Até o instrutor convive com tal fobia, desmistificando uma crença de que pilotos, paraquedistas e trilheiros têm um parafuso a menos. Mas a corda, acredite, está sempre esticada e muito bem presa, pois todos pretendem voltar para casa — ou a um novo passeio no amanhecer seguinte.
Leia, abaixo, reportagens sobre três modalidades radicais disponíveis no Litoral Norte: