Diariamente, o policial militar aposentado Parodi de Oliveira, 62 anos, organiza seus materiais e sai para pescar perto de casa. A rotina costuma incluir duas idas à beira da praia ou à barra do rio Tramandaí, no Litoral Norte: pela manhã, em busca de tainhas e, no entardecer, para pegar sardinhas.
Ambos turnos proporcionam uma das coisas que faz com que o gaúcho, nascido em Santa Maria, descreva o lugar que escolheu para viver como “maravilhoso”.
Esta reportagem faz parte da série A Praia de Cada Um, que conta como pessoas de diferentes perfis aproveitam o litoral gaúcho. Veranistas e moradores da região compartilham suas preferências e o que a praia representa em suas vidas.
— A praia aqui em Tramandaí é maravilhosa, é tudo de bom, por tudo: o ar, o pessoal, o nascer do sol de manhã e o entardecer também. Um local tranquilo para se banhar e pescar — relatou Oliveira, logo após sair da água, na barra do rio Tramandaí, na divisa com o município de Imbé, com a rede de pesca em mãos.
Antigo morador de Porto Alegre, o aposentado tem uma relação de mais de duas décadas com Tramandaí. No início, veraneava em uma pousada nas proximidades da barra e, há cerca de 10 anos, decidiu comprar uma casa na mesma região para se instalar definitivamente com a esposa — os três filhos, dois homens e uma mulher, já adultos, não moram mais com o casal, mas visitam aos finais de semana.
A decisão de se mudar para o litoral gaúcho mesmo conhecendo outros lugares, segundo Oliveira, foi em busca de relaxar e curtir a tranquilidade da região.
— Já fui em algumas praias, a gente viaja bastante, minha filha mais nova mora em Cancún, no México, então a gente vai para lá às vezes, mas aqui é diferente. Lá é muito quente, desde cedo já está com temperatura alta, e eu não gosto muito disso — afirmou.
E a pesca esportiva acompanha Oliveira desde sempre. Ele passou o hobby para os filhos de 27 e 34 anos. De acordo com o aposentado, essa é a forma que mais gosta de curtir a praia.
— Minha família fica na praia e eu fico pescando, é unir o útil ao agradável, né? Venho todos os dias, é muito difícil eu não vir. Vou fazer o que? Já trabalhei bastante, estou aposentado, então agora é só aproveitar e fazer o que eu gosto — justificou o gaúcho, ressaltando que a pescaria é apenas para consumo próprio e que, às vezes, divide os peixes com os vizinhos.
Esses momentos, contou, lhe trazem um sentimento de paz e tranquilidade. Por isso, não pensa em se mudar novamente para nenhum outro lugar:
— Sem falar do ar que se respira, é totalmente diferente da cidade. Agora tenho minha casa aqui e para ser feliz não precisa de muita coisa. Tendo o necessário está bom.