Dentro de alguns dias, milhares de gaúchos devem pegar a estrada em busca de um cantinho nas areias do Litoral Norte para curtir as festas de fim de ano, abrindo oficialmente a temporada de verão. O movimento, como habitual, promete ser grande, especialmente nos finais de semana.
Equipes de GaúchaZH foram novamente até as rodovias, a exemplo do que ocorreu em 2018, para conferir como estão os percursos que ligam Região Metropolitana e Serra ao Litoral Norte. Durante os dias 26, 27, 28 e 29 de novembro e 2 e 3 de dezembro, os repórteres percorreram oito estradas para deixar os motoristas preparados para o que vão encontrar pelo caminho.
GaúchaZH levou em conta cinco aspectos. Três deles foram calcados na metodologia da Pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) de Rodovias, que analisa, anualmente, todas as estradas do país: geometria da via — em que são observadas as condições de tráfego, como presença de faixa adicional, de pontes e de viadutos, e a situação dos acostamentos; pavimento — que diz respeito à situação do asfalto e à presença de buracos; e sinalização — tanto a horizontal, como faixas centrais e laterais na pista, quanto a vertical, ou seja, as placas.
Os repórteres ainda observaram as presenças de lixo e vegetação nas margens e os serviços, como a disponibilidade de guincho e de ambulância.
A situação das rodovias:
Depois de passar oito meses sem concessionária, a freeway teve a administração retomada pela empresa CCR ViaSul. Durante o período em que ficou sem concessão — e sem cobrança de pedágio —, a rodovia, que é uma das principais ligações com as praias, acumulava problemas. Em 15 de fevereiro, a CCR Via Sul retomou a cobrança de pedágio e a manutenção da via. Conforme a companhia, diariamente equipes trabalham para reverter os estragos do ano passado. Os mais de 600 buracos que foram contados na blitz de GaúchaZH e o lixo acumulado no entorno da rodovia no ano passado desapareceram.
E os serviços de guincho e de ambulância voltaram a ser oferecidos aos motoristas que percorrem a estrada.
Em relação a obras, há ampliação do pedágio de Santo Antônio da Patrulha, no km 19, sentido Osório, que passará a ter cobrança em ambos os percursos, não somente em direção ao Litoral, a partir de agosto de 2020. Já o pedágio de Gravataí, na altura do km 60, chegando à Capital, continua em construção e com previsão de entrega das 24 cabines também marcada para agosto do ano que vem.
No mesmo pacote de concessão, entrou a BR-101, no trecho gaúcho entre Osório e Torres, até então mantida pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit). As melhorias estruturais neste percurso são visíveis: a reportagem não registrou nenhum buraco na pista — tanto no caminho de ida, quanto no de volta. Além disso, a sinalização das faixas está com a pintura reforçada e as placas verticais de aviso e de advertência estão bem distribuídas ao longo da rodovia. Não foi verificada a presença de lixo acumulado nas margens da via, nem de vegetação alta. Vale ressaltar que as obras do pedágio de Três Cachoeiras, na altura do km 35, ainda estão em andamento.
Atenção em alguns pontos e paciência para congestionamentos
Se avanços foram registrados em algumas rodovias, a RS-040 continua com os mesmos problemas dos últimos anos, como a ausência de acostamento e o gargalo no entroncamento com a RS-118, em Viamão. O segundo obstáculo, conforme promessa da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), deve ser parcialmente resolvido até o Natal, com a liberação de um dos viadutos que está sendo construído no local.
A RS-030 também parece ter sido esquecida desde o teste realizado por GaúchaZH em 2018. Alternativa para fugir do congestionamento quando a freeway está tomada por motoristas, a chamada Estrada Velha sofre com os buracos no asfalto, com a falta de sinalização e a escuridão à noite. Além disso, as curvas sinuosas em trechos de pista simples colocam em risco os motoristas desavisados. Já no trecho a partir da freeway até Tramandaí, a situação é melhor, com pista dupla e sinalização reforçada.
Já quase com os pés na areia e sentindo a brisa do mar, os veranistas ainda precisam percorrer um caminho para chegar até seus destinos. Quem usa a RS-786, conhecida como Interpraias, certamente vai enfrentar o maior problema, principalmente se o destino for Quintão ou Dunas Altas: a rodovia tem muitos buracos e sinalização precária. Se o motorista não conhecer o local, certamente vai ter dificuldades para saber em qual trecho está trafegando. A estrada ainda passa por perímetros urbanos e a expectativa é de que os congestionamentos sejam frequentes durante o verão.
Um pouco menos utilizada desde a duplicação da BR-101, a RS-389, conhecida como Estrada do Mar, pode ser uma ótima opção para os motoristas. Na quarta-feira (4),
a rodovia passou a ser chamada de Nelson Gonçalves, em homenagem ao cantor gaúcho, após publicação da lei que alterou o nome no Diário Oficial do Estado.
Ao percorrer a RS-389, GaúchaZH verificou que o asfalto está, de maneira geral, em boas condições, e só foi encontrado um buraco em toda a extensão da rodovia. Apesar de não contar com acostamento, a pista é um pouco mais larga do que o convencional, o que facilita ultrapassagens pela esquerda. Nota-se ainda que as faixas tracejadas estão em bom estado de conservação e a farta sinalização vertical auxilia motoristas que desejam acessar as diversas praias que existem mais ao norte.
Agora, quem quiser fugir de mais um pedágio e ao mesmo tempo diminuir o percurso pela Estrada do Mar, pode seguir pela BR-101 e ingressar na RS-407. Há registro de trechos descascados, como nas proximidades da rótula com a RS-389, mas o asfalto da rodovia não apresenta maiores problemas. Existe um ponto que exige maior atenção dos motoristas: o entroncamento com a Estrada do Mar. Em dias de movimento, o Daer implementa um desvio, fazendo com que o motorista não possa cruzar diretamente por ela para Capão da Canoa.
Quem pega a Rota do Sol em direção ao Litoral encontrará um percurso sem grandes problemas e boas condições de trafegabilidade. Contudo, isso não significa que os motoristas não devam ficar atentos a alguns pontos. Há duas partes do percurso com problemas de sinalização, coincidentes aos trechos com pavimentação ruim: na RS-122 — em Caxias do Sul — e na RS-486 — em São Francisco de Paula.
Entretanto, o ponto mais crítico é o que corresponde a esta última rodovia, que está com obstrução parcial desde 22 de maio, quando ocorreu o desmoronamento de rochas da encosta, que ainda não foram retiradas do local. Com bloqueio na faixa que vai de Caxias ao Litoral, as duas pistas no sentido oposto estão sendo usadas tanto para ida, quanto para volta. Além disso, a pintura do asfalto é ruim e em diversos pontos há placas de sinalização vertical danificadas.