Lourenço Mutarelli já era um nome conhecido dos quadrinhos, mas foi com O Cheiro do Ralo (2002), sua estreia no romance, que alcançou o grande público e, graças ao estilo outsider, passou a personificar como poucos a expressão “cult”. O relançamento de sua obra literária pela Companhia das Letras (o último romance a ganhar reedição, Jesus Kid, de 2004, acaba de chegar ao mercado) poderia permitir revisões, mas ele se nega a fazer isso. Afirma que cada obra é um retrato de seu tempo. Concorda, no entanto, que o confinamento a que se submete o protagonista Eugênio, o autor de livros de faroeste que criou o cowboy Jesus Kid, ganha outra dimensão em tempos de pandemia e isolamento social. Nesta entrevista, ele, que tem 56 anos, conta como tem encarado esse período – spoiler: com dificuldade, tanto que detalha pela primeira vez em uma entrevista o infarto e a experiência de quase morte tida no final de 2020. Além disso, comenta a dificuldade de fazer arte no Brasil atual e diz o que sabe sobre o filme Jesus Kid, que está pronto, à espera do fim da crise sanitária para ser lançado.
Com a Palavra
Lourenço Mutarelli: "Estamos vivendo um pesadelo"
Em entrevista a GZH, escritor conta um episódio de "quase morte" que viveu no fim de 2020 e revela detalhes da "autobiografia surreal" que está escrevendo
Daniel Feix
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