O Rio Grande do Sul está na tendência de regiões desenvolvidas, com um processo de envelhecimento da população e redução de mortes, apesar de leve crescimento na população, mostra análise de GaúchaZH com base em dados de cartórios no Estado.
Em 2015, a população estimada de gaúchos era de 11,2 milhões. Em 2018, passou para 11,3 milhões. Nessa movimentação, nasceram menos crianças e morreram menos pessoas. A taxa de novos bebês em 2015 caiu de 16,4 a cada 1 mil habitantes (18,5 mil bebês, no total) para 12 em 2018 (13,6 mil em todo o ano). Já o índice de mortes diminuiu de 9,1 (102 mil óbitos) em 2015 para 7,4 (84 mil) no ano passado.
A análise de GaúchaZH é um cruzamento dos registros de 2015 a 2018 de todos os cartórios gaúchos, fornecidos pela Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), e da população estimada do país e de cada um dos 497 municípios gaúchos ano a ano, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Algumas cidades não constam na análise porque não têm cartório – nesses casos, a população se dirige a uma localidade vizinha.
— A queda de nascimentos tem a ver com a queda de natalidade em geral. As mulheres participam muito mais no mercado de trabalho, então acabam tendo menos filhos. A queda do número de óbitos é porque idosos vivem mais, e o Rio Grande do Sul é um Estado com uma população bem envelhecida. Além disso, o acesso a saúde melhorou nos últimos anos — acrescenta Marcos Winck, ex-economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE) e hoje professor da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).
Janeiro é o mês com mais registros de nascidos em cartórios no Estado – 12,8 mil –, o que indica que a maioria das mães engravidou em abril. O mês com menos nascimentos é setembro, com 10,4 mil novos gauchinhos concebidos em janeiro.
As mortes no Rio Grande do Sul estão concentradas no inverno, entre junho e agosto. Julho foi o mês com mais óbitos: 9,2 mil registros. O mês com menos mortes foi dezembro, com 5,2 mil.
A cidade com maior taxa de nascimentos no Rio Grande do Sul foi Seberi, no Norte. Com 10,7 mil habitantes, o município registrou 347 bebês, uma taxa de 32,17 a cada 1 mil habitantes. Mas o maior aumento de 2017 para 2018 foi em Xangri-Lá: o crescimento nos registros foi de 2.140%, passando de quatro para 98 nascimentos.
O município proporcionalmente mais mortífero é São Valentim, no Norte. Com somente 3,3 mil moradores, a cidade teve, em 2018, taxa de mortes de 22,1 a cada 1 mil habitantes. No todo, foram 74 óbitos. Do outro lado, a cidade mais saudável é Monte Belo do Sul, na Serra. Com 2,5 mil habitantes, o município teve taxa de mortes de 1,17.
As cidades com maior taxa de nascimentos no RS
Seberi: 32,17 pessoas a cada 1 mil habitantes
Nonai: 29,96 pessoas a cada 1 mil habitantes
Vacaria: 26,24 pessoas a cada 1 mil habitantes
Santo Augusto: 26,22 pessoas a cada 1 mil habitantes
Tenente Portela: 24,23 pessoa a cada 1 mil habitantes
A cidade com menor taxa de nascimentos no RS
Mariano Moro: 0,49 pessoa a cada 1 mil habitantes
Ipiranga do Sul: 1,05 pessoa a cada 1 mil habitantes
Chuí: 1,21 pessoa a cada 1 mil habitantes
Gaurama: 1,43 pessoa a cada 1 mil habitantes
Charrua: 1,81 pessoa a cada 1 mil habitantes
As cidades com maior taxa de mortes no RS:
São Valentim: 22,15 pessoas a cada 1 mil habitantes
Ibiaçá: 22,04 pessoas a cada 1 mil habitantes
Pirapó: 21,64 pessoas a cada 1 mil habitantes
Cerro Branco: 21,60 pessoas a cada 1 mil habitantes
Brochier: 18,84 pessoas a cada 1 mil habitantes
As cidades com menor taxa de mortes no RS
Monte Belo do Sul: 1,17 a cada 1 mil habitantes
Chuí: 1,21 pessoa a cada 1 mil habitantes
São Jorge: 1,45 pessoa a cada 1 mil habitantes
Nova Santa Rita: 1,74 pessoa a cada 1 mil habitantes
Picada Café: 1,76 pessoa a cada 1 mil habitantes
A cidade com maior variação de nascimentos de 2017 para 2018:
Xangri-Lá: +2.140%, passando de quatro para 98 óbitos
A cidade com maior aumento de mortes de 2017 para 2018:
Bom Retiro do Sul: +1.084%, passando de 10 para 119 óbitos