O esperado ocorreu e janeiro repetiu a rotina de todos os anos. A produção, venda e exportação de veículos despencaram na comparação com dezembro. O menor número de dias úteis, a ressaca do Natal e final de ano, as férias e o pagamento de impostos, tradicionais nesta época do ano, derrubaram o comportamento da cadeia automotiva.
O setor automotivo acompanhou as oscilações do mercado e da economia brasileira e também as dificuldades dos principais países importadores de veículos. O resultado dos três segmentos caiu em relação à dezembro e apenas a venda cresceu na comparação com o mesmo mês de 2023.
A média diária foi de 7,6 mil unidades, ante 6,5 mil de um ano atrás. Os veículos importados tiveram participação de 19,5%, a maior em 10 anos. Os híbridos e elétricos fecharam o mês com a venda recorde e 7,9% do total de emplacamentos.
A produção de 152.564 veículos caiu 11,1% na comparação com dezembro e praticamente empatou em relação ao mesmo mês de 2022 que teve 152.666 unidades. O resultado foi 0,1% menor.
Foram 141.077 automóveis e comerciais leves, menos 11,7% sobre dezembro e menos 3,3% na comparação com o mês do ano passado. Apenas automóveis foram 117.025, menos 10% em relação à dezembro enquanto os 26.002 comerciais leves, caíram 18,8%.
O segmento de caminhões caiu 3,9% em relação a dezembro com a produção de 7.941 unidades e saltou 96,1% sobre o mesmo mês de 2023, quando entrou em vigor o Proconve 8.
A produção de ônibus teve o melhor resultado da cadeia automotiva. Foram montados 1.596 ônibus, salto de 26,9% na comparação com dezembro, e de 104,1% em relação a janeiro de 2023.
Venda e exportação
A venda de 161.615 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus despencou 35% na comparação com dezembro e saltou 13,1% em relação a janeiro de 2023. Foram 152.247, capotagem de 35,7% sobre dezembro e salto de 16,5% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
O registro de veículos pesados teve resultado negativo. Os caminhões e ônibus tiveram forte emplacamento em janeiro de 2023 pelos estoques nas redes de modelos produzidos em 2022.
O estoque no começo de 2023 com preços mais acessíveis em relação aos novos montados a partir de janeiro com as novas normas do Proconve refletiu em janeiro deste ano.
O emplacamento de caminhões caiu 20,6% sobre dezembro com 8.217 registros, praticamente igual queda – 21,4% - em relação ao mesmo mês de 2023. Os 1.151 ônibus representaram menos 22,2% na comparação com dezembro e 32,8% sobre o mesmo mês em 2023.
A exportação acompanhou o tombo da produção e venda. Foi o menor resultado mensal desde o auge da pandemia. As dificuldades das economias da Argentina, Chile e Colômbia comprometeram a exportação nacional. Os três países estão entre os principais importadores de veículos brasileiros
Foram embarcados em janeiro 18.837 veículos, menos 36% na comparação com dezembro e 43% sobre janeiro de 2023, que teve um dos melhores resultados dos últimos cinco anos. Em valores foram US$ 620,596 milhões, menos 14% sobre dezembro e 12,7% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
O estoque de 216, mil unidades, das quais 133,9 mil nos concessionários e 82,6 mil nas montadoras, correspondeu a 40 dias, sendo 25 na rede de revendedores e 15 mil nos pátios das fábricas.