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Ford sai do segmento de caminhões e fechará fábrica de São Bernardo do Campo (SP)

Decisão integra reestruturação global e produção de veículos no país ficarão em Camaçari (BA)

Gilberto Leal

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Ford / Divulgação
Marca foi a quarta em vendas no ano passado

As incertezas sobre o  segmento de caminhões da  Ford no Brasil e das atividades do complexo de São Bernardo do Campo (SP) terminaram. A montadora norte-americana anunciou nesta terça-feira (19)  que deixará de produzir caminhões na América do Sul. Segmento que estava restrito ao Brasil e à Turquia, onde atua com uma associação local. A planta de São Bernardo do Campo (SP) produz as linhas Cargo e F e os automóveis Fiesta. Os modelos serão vendidos até o fim dos estoques.

Linha Cargo, o carro-chefe dos comerciais

O desenvolvimento de novos produtos e os elevados investimentos para acompanhar as novas tecnologias provocaram a decisão. A montadora dedicará a atenção aos carros híbridos e elétricos e à condução autônoma.

A Ford anunciou no final do passado nos Estados Unidos que concentrará suas atividades na produção de picapes - onde lidera o segmento por mais de 30 anos - e nos utilitários esportivos.  São veículos com maior valor agregado e mais lucratividade.

O 3031 ampliou a renovação da família Cargo


Modelos para médias e longas distância

O comunicado da Ford destacou que a decisão de deixar o mercado de caminhões foi tomada após vários meses de busca por alternativas, que incluíram a possibilidade de parcerias e venda da operação. 



Linha de montagem do Cargo em 1990

Justifica que a manutenção do negócio teria exigido um volume expressivo de investimentos para atender às necessidades do mercado e aos crescentes custos com itens regulatórios sem, no entanto, apresentar um caminho viável para um negócio lucrativo e sustentável.


Presidente da Ford América do Sul, Lyle Watters

O presidente da Ford América do Sul, Lyle Watters,  manifestou a consciência do impacto que a decisão terá sobre os funcionários e que trabalhará com os parceiros no desenrolar do processo.  Prometeu que a Ford em conjunto com concessionários e fornecedores,manterá o apoio aos consumidores no que se refere a garantias, peças e assistência técnica.


Pioneiro F-600 montado na fábrica do Ipiranga

A reestruturação terá o objetivo criar um modelo de negócio mais compacto e ágil de maneira a proporcionar mais rentabilidade. A empresa cortará 20% dos custos trabalhistas e a estrutura administrativa na América do Sul, além de priorizar produtos nos segmentos de utilitários esportivos e picapes.  


A Ford e a Volkswagen firmaram recente aliança para desenvolver picapes. As duas montadoras produzem os utilitários em General Pacheco, na Argentina. A americana  monta a Ranger e a alemã a Amarok.

F-360, modelo dos anos 60

A Ford estima que terá um impacto por volta de US$ 460 milhões em despesas não recorrentes. Em torno de US$ 100 milhões serão relacionados à depreciação e amortização de ativos fixos, o restante às compensações de funcionários, concessionários e fornecedores.


Mais de 400 opções nas linhas Cargo e F

A Ford Caminhões fechou 2018 com a venda de 9.314 caminhões e o avanço de 19,3% em relação ao ano anterior. Com a participação de 12,2% do mercado doméstico, a Ford foi a quarta marca, atrás da Mercedes-Benz, Volkswagen Caminhões e Ônibus e Volvo.



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