A quarta fábrica da Renault no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais, no Paraná, foi inaugurada nesta terça-feira (6). É a unidade de injeção de alumínio mais moderna do grupo no mundo e a primeira de cabeçotes. Com alto índice de automatização e preocupação com o ambiente, possui iluminação 100% de LED e telhas translúcidas para aproveitar a luz natural.
Durante o evento, o presidente da Renault do Brasil, Luiz Pedrucci, ressaltou a confiança no pais e revelou que “enquanto não tivermos o Rota 2030, temos de ser prudentes, aguardar pelas novas regras para o setor automotivo" para não correr o risco de seguir pela direção errada.
O Rota 2030, programa federal de apoio ao setor automotivo deveria substituir o Inovar Auto que terminou no dia 1º de janeiro deste ano, mas ainda não foi aprovado pelos gabinetes de Brasilia. Pedrucci destacou a importância e a urgência de regras claras e duradouras.
A falta de uma politica bem definida para o setor automotivo pode comprometer a produção nacional como ocorreu neste mês quando pela primeira vez, a Argentina deixou de receber o Duster fabricado no Brasil para importar o utilitário esportivo fabricado pela Renault na Colômbia.
O ministro da Indústria, Comercio Exterior e e Serviços, Marcos Jorge de Lima, reconheceu a importância do setor automotivo, um dos principais da economia do país. Declarou que no momento ainda não tinha resposta sobre a entrada em vigor do Rota 2030. Destacou o desenvolvimento do projeto que transformará o país num dos principais polos produtor de veículos.
O ciclo de investimentos de R$ 3 bilhões no país se encerrou com a inauguração da nova fábrica. Pedrucci revelou que a meta da Renault é passar da participação de 7,7% do mercado em 2017 para 10% em 2020. Para o executivo, 2018 será um ano de crescimento do país e que será acompanhado pela montadora.
A Curitiba Injeção de Aluminio (CIA), ocupa uma área de 14 mil metros quadrados no complexo da Renault em São José dos Pinhais (PR). Com investimento de R$ 350 milhões, a planta conta com avançada tecnologia e capacidade de produção de 500 mil unidades por ano.
A fábrica conta com 165 máquinas, provenientes de 11 países como Japão, Coreia, França, Espanha, Alemanha e Brasil. São duas linhas de montagem robotizadas, uma de alta pressão para os blocos, e outra de baixa pressão, para os cabeçotes, linhas de acabamento do cabeçote, fornos de fusão, de tratamento térmico e de pré-aquecimento, entre outros. Os componentes eram importados do Japão para a montagem dos motores 1.6 SCE e agora serão produzidos pela CIA.
A produção do bloco tem quatro etapas: fusão, injeção de alta pressão, acabamento e tratamento térmico. A fabricação utilizado um processo de lubrificação moderno, que proporciona uma grande redução do uso de óleo – apenas 22 ml por peça, contra até 12 litros utilizados em métodos de produção tradicionais. Os resultados são a economia, o ambiente limpo e mais velocidade no processo.
A injeção do alumínio no bloco é feita por robôs a velocidade de 200 km/h e pressão de 900 bar, próxima à encontrada no ponto mais profundo dos oceanos.
Na produção do cabeçote são cinco etapas: fusão, sopro de machos de areia, injeção de baixa pressão, acabamento e tratamento térmico. O processo é inorgânico, isento de fumos e emissões de carbono.
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*Viagem a convite da Renault