Com Priscila Nunes
Linhas insinuantes, típicas francesas, bem completo e desempenho compatível com o conjunto propulsor, o Captur avançou com o novo câmbio contínuo varíavel (CVT). A nova opção equipada com transmissão X-Tronic mantém as características do utilitário esportivo nas demais versões. Combina o visual robusto com detalhes que amenizam a força e valorizam a imagem como a assinatura e as lanternas em LED ou a pintura em dois tons. O comportamento dinâmico e o consumo de combustível melhoraram em relação ao 2.0 automático. O Renault Captur 1.6 16V SCe X-Tronic Intense avaliado custa R$ 88.400
O conforto na condução e a redução do consumo de combustível, apontadas pela Renault como as principais vantagens do Captur 1.6 16V SCe com câmbio contínuo variável, foram comprovados nos 600 quilômetros rodados em Porto Alegre, ruas e estradas da Região Metropolitana, Serra e Litoral. Comparado ao 2.0 Intense de câmbio automático com que percorreremos 800 quilômetros nas mesmas regiões, o X-Tronic fez a diferença.
O conjunto propulsor mais ajustado – motor 1.6 SCe e câmbio continuo variável – melhorou o comportamento do utilitário, principalmente na estrada. Nas rodovias o desempenho do 2.0 foi compatível com as características do conjunto propulsor, mas sofreu com o câmbio de quatro velocidades. Nos trechos de autoestrada e de Serra seria melhor uma transmissão de seis velocidades. A maior potência do 2.0 - 143 cv foi prejudicada pelo câmbio.
O casamento da transmissão X-Tronic com o 1.6 SCe foi perfeita. Desenvolvida pela Renault Nissan e que equipa também o Nissan Kicks, entre outros veículos da aliança. O CVT distribuiu bem os 118 cv (gasolina) e força (torque) de 16,2 kgfm. O Captur rodou tranquilo na cidade e superou lombadas, buracos e o pavimento irregular das ruas e estradas gaúchas. O câmbio continuo acompanha a aceleração do motor mas exige uma pisada mais forte para ultrapassagens ou necessidade de retomadas rápidas de velocidade. O consumo de combustível (gasolina) foi melhor do que o indicado pelo Inmetro de 10,5 km/l na cidade e 11,7 km/l na estrada. No trânsito urbano, nossas médias ficaram entre 9,9 km/l e 10,9 km/l enquanto na estrada foram de 11, 2 km/l a 14,9 km/l conforme a velocidade.
A dirigibilidade do 1.6 SCe foi melhor tanto na cidade quanto na estrada. No trânsito pesado, os 1.286 quilos do Captur não comprometeram a agilidade nas ruas e avenidas. Na estrada, o comportamento foi adequado às limitações do propulsor. Conforto sensível, o bom revestimento acústico valorizou o interior com nível de ruído mínimo, mesmo na velocidade em torno dos 110 km/h. A suspensão bem calibrada foi ótima no asfalto mas sentiu o pavimento irregular e o paralelepípedo.
O visual chama a atenção com a frente robusta, iluminação diurna de LED em forma de C, capô, laterais e a traseira marcadas por vincos. O interior é agradável com revestimento em tecido e couro sintéticonos bancos e laterais das portas, e detalhes em preto brilhante e cromados. No painel predomina plástico texturizado. O quadro de instrumentos, com mostradores analógicos e digitais, facilita a leitura.
Com 4,32 metros de comprimento, 1,81 m de largura, 1,61 m de altura e 2,67 m de entre-eixos, o Captur esbanja espaço para um utilitário esportivo compacto , acomoda bem o condutor e acompanhante, além de três passageiro atrás. Os bancos são confortáveis e, com conjunto com o volante, permite o ajuste ideal para longos trechos na estrada.
A jornalista Priscila Nunes, que também conduziu as duas versões do Renault, gostou da posição elevada de dirigir, elogiou a visibilidade proporcionada pela ampla área envidraçada e pelos retrovisores que cobrem os pontos cegos. Concordou que a direção, apesar da assistência eletro-hidráulica, é um pouco pesada nas manobras, embora amenize a passagem por lombadas e a rodagem no pavimento irregular.
Priscila gostou da dirigibilidade, em especial sob forte chuva, quando os controles de estabilidade e tração foram eficientes e ajudaram a condução nos trechos de Serra. A boa estabilidade e a suspensão macia, mas firme, permitiu ao Captur ignorar curvas sinuosas dos caminhos de Serra e aproveitar o bom conjunto propulsor na auto-estrada Porto Alegre/Osório. Claro, dentro dos limites de velocidade. Os pneus 215/60 R 17 ajudaram.
O Captur 1.6 SCe Intense é bem completo. Conta com chave presencial por cartão e partida por botão, volante funcional, quadro de instrumentos com velocímetro digital, ar-condicionado, central multimídia Media NAV com tela sensível ao toque, câmera de ré, vidros e travas das portas com acionamento elétricos, comando de som por haste na coluna de direção. Também faróis auxiliares adaptativos (acompanha curvas) controlador e limitador eletrônicos de velocidade, airbags frontais e laterais, sensores de luminosidade e de chuva, controles de tração e estabilidade, assistente de rampa e sistema Isofix para fixação de cadeirinha, entre outros.
Conclusão: O Captur valoriza o visual, o conforto e a dirigibilidade para quem procura um utilitário esportivo com desempenho comprtado para o uso diário na cidade e viagens com a família nos finais de semana. A versão 1.6 SCe X-Tronic leva vantagem na comparação com a 2.0 automática, não apenas pelos consumo de combustível e preços menores, mas também pelo melhor comportamento do conjunto propulsor. O custo benefício favorece o Renault em relação aos concorrentes com que, embora com alguns itens a mais, também têm preços bem superiores.